Cuba se despede de Fidel Castro
4 de dezembro de 2016A caravana com as cinzas de Fidel Castro partiu neste domingo (04/12) às 6h40 local (9h40, em Brasília) do Parque da Revolução de Santiago de Cuba rumo ao cemitério de Santa Ifigênia, onde os restos do ex-presidente cubano foram enterrados em cerimônia privada.
A cerimônia começou com 21 salvas de artilharia, pouco depois da chegada ao cemitério do cortejo fúnebre com as cinzas do "Comandante". O funeral foi apenas para a família e alguns dignitários cubanos e estrangeiros. A imprensa estrangeira foi mantida à distância, e a televisão estatal não transmitiu a cerimônia.
As cinzas de Fidel foram depositadas ao lado do mausoléu de José Martí, pai da independência de Cuba, num cemitério em que estão os restos de outros heróis nacionais.
Durante o percurso do cortejo fúnebre por Santiago de Cuba, dezenas de milhares de pessoas saudaram o jipe verde-oliva com a urna envolta na bandeira cubana. Esta percorreu mais de 900 quilômetros desde a última quarta-feira, da Praça da Revolução em Havana até a cidade situada no leste da ilha.
Castro morreu no último dia 25 de novembro aos 90 anos de idade. Durante a passagem da caravana, as pessoas gritavam: "Eu sou Fidel!".
Presentes à cerimônia fúnebre estavam, entre outros, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro; o chefe de Estado boliviano, Evo Morales; e os ex-presidentes brasileiros Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, como também a lenda do futebol argentino Diego Maradona.
Líder revolucionário
O cortejo fúnebre passou por várias cidades do país socialista. Nesse período, houve uma proibição de álcool; concertos e eventos esportivos também foram cancelados. O comboio percorreu a rota oposta da chamada Caravana da Liberdade dos revolucionários cubanos.
Após a vitória sobre as tropas do ditador Fulgencio Batista, em janeiro de 1959 os rebeldes sob o comando de Fidel Castro partiram em procissão triunfal de Santiago de Cuba até Havana.
Nem monumentos nem placas
Fidel governou seu país por 47 anos, até entregar o poder a seu irmão em 2006. Diferentemente de Fidel, Raúl Castro empreendeu uma cuidadosa política de abertura. Houve um reatamento de relações diplomáticas com os EUA e foi concedido aos cubanos o direito parcial à propriedade privada, como também a possibilidade de trabalhar por conta própria nos setores de gastronomia, turismo e artesanato.
No futuro não deverá ser construído nenhum monumento para o líder revolucionário falecido. Antes de morrer, ele ordenou que não devessem ser construídos memoriais em sua homenagem nem que ruas ou instituições devam receber o seu nome, informou Raúl Castro em Santiago de Cuba.
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