Culcha Candela
18 de setembro de 2008Em 2001, dois músicos se conhecerem por acaso em Berlim, cidade que ambos haviam escolhido para morar. Um deles vem da Polônia, o outro, da Colômbia. A simpatia foi imediata e, junto com um amigo africano, os três começaram a fazer música. Assim surgiu a banda Culcha Candela, hoje formada por sete integrantes – seis vocalistas e um DJ.
Desde então, Culcha – como a banda foi apelidada pelos fãs alemães – já lançou três álbuns e conquistou grande popularidade muito além das fronteiras da cidade. Principalmente as apresentações ao vivo do grupo multiétnico são famosas, com os seis encapuzados pulando freneticamente, suando e fazendo suar, cantando uma mistura de reggae, dancehall, salsa e hip hop em alemão, inglês e espanhol.
"Culcha Candela significa algo como 'cultura quente' e a idéia por trás do nome é muito mais fácil de transmitir ao vivo. Com cada público, criamos algo novo e nos divertimos juntos. Não tocamos num palco distante para um público que observa na platéia. Muita coisa acontece, há muita interação e muita agitação", explica Mr. Reedo, um dos vocalistas.
Este, segundo ele, é o segredo da banda, o motivo pelo qual se tornou popular. No começo, o grupo organizava festas em clubes da capital para promover suas músicas e, aos poucos, a comunidade de fãs do Culcha Candela foi crescendo até que, em 2004, foi lançado o álbum de estréia, Union Verdadera.
Mais sexy, menos política
O segundo álbum, Next Generation, foi bem recebido pela mídia, que com o tempo descobria o que o público já sabia. Em 2007, o hit "Hamma!", do terceiro álbum intitulado apenas Culcha Candela, se tornou o hit do verão na Alemanha, especialmente apreciado pelo público feminino, como lembra o polonês Ithcyban.
"Ouvi de muitas fãs que elas costumam se encontrar antes de sair à noite e, enquanto se arrumam e se maquilam, bebem Prosecco ao som de "Hamma!" e pensam 'Yeah, baby, essa música é pra mim'. Acho isso o máximo."
Segundo Itchyban, a música que fala das "Hamma-Mammas", as mulheres incríveis, mudou a maneira da banda compor. Ele até tatuou o título em seu braço esquerdo. "Acho legal que a gente conseguiu compor uma música bem sexy. Antes a gente era uma banda cool, mas nem um pouco sexy", conta.
De fato, quando começou, a banda era mais lembrada por seu caráter politizado e por seu apelo multiétnico. Mas Itchyban não gosta que falem deles como um "projeto multiétnico", lembrando que o fato de pessoas das mais diversas culturas viverem e trabalharem juntos é simplesmente óbvio, não importa de onde venham.
Segundo Mr. Reedo, a mistura das mais diversas mentalidades em Berlim foi essencial para o grupo. "Nos primeiros anos, parecia incrível que tanta gente diferente se juntava para fazer a mesma coisa. Em outras cidades, provavelmente teríamos virado a cara uns pros outros. E aqui conseguimos trabalhar e criar algo legal juntos."
É isso que a banda deseja transmitir, os bons e velhos ideais do reggae: paz, amor e união. Cada vez mais, eles agora tentam levar sua mensagem para o exterior.
"Queremos partir em carreira internacional e já fizemos várias apresentações legais lá fora. Um de nossos objetivos sempre foi tocar pelo menos nos países de onde cada um de nós vem. Três já foram: Polônia, Colômbia e Alemanha. Uganda e Coréia ainda faltam, mas chegaremos lá."