Cunha encaminha processo de impeachment ao Senado
19 de abril de 2016O processo que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff, aprovado no domingo pela Câmara dos Deputados, foi encaminhado nesta segunda-feira (18/04) ao Senado. O documento contém 36 volumes e 11 anexos, totalizando mais de 12 mil páginas.
O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi pessoalmente ao gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para a entrega do parecer. Os dois tiveram um encontro a portas fechadas e depois conversaram com os jornalistas.
"É papel do Senado instaurar o processo, admitindo-o ou não, e julgar a denúncia. Pretendemos fazer isso com absoluta isenção e total neutralidade", garantiu Calheiros na tarde desta segunda-feira. "Não me compete fazer avaliação do resultado da Câmara."
Cunha, por sua vez, afirmou que a casa dificilmente votará projetos enquanto o Senado não tomar uma decisão sobre o processo de impedimento da presidente. Segundo o deputado, é como se o governo "deixasse de existir" para os parlamentares.
Após a reunião com o presidente da Câmara, Calheiros se encontrou com Dilma – momentos antes de seu primeiro pronunciamento desde a votação de domingo –, e depois com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, com quem tratou de dúvidas sobre o rito do impeachment.
No domingo, os deputados brasileiros aprovaram a continuidade do processo contra a presidente em uma votação que teve 367 votos a favor e 137 contrários – eram necessários ao menos 342 votos para a admissão. Agora, cabe ao Senado analisar a denúncia.
Calheiros afirmou que lerá o processo no plenário do Senado nesta terça-feira. Na mesma data, o senador deve se reunir com os líderes partidários para conversar sobre prazos e definir a proporcionalidade de cada bancada para compor a comissão especial do impeachment.
Essa comissão terá a função de emitir um novo parecer sobre a admissibilidade da denúncia, que será então votado pelo Senado. Para que um julgamento seja instaurado, é necessário o apoio de uma maioria simples dos 81 senadores.
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