Dólar alcança maior valor na história do real
21 de janeiro de 2016Em alta pelo terceiro dia seguido, a moeda americana fechou no maior nível desde a criação do real, em 1994. O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (21/001) vendido a 4,166 reais, com alta de 0,061 real (1,47%). O recorde anterior tinha sido registrado em 23 de setembro passado (4,146 reais).
A moeda operou em alta durante toda a sessão. Na máxima do dia, logo pela manhã, chegou a ser vendido a 4,172 reais. Nas horas seguintes, a alta desacelerou, mas a cotação voltou a disparar depois das 16h. A divisa acumula alta de 5,5% em 2016.
O dólar subiu no dia seguinte à decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de manter a taxa Selic – juros básicos da economia – em 14,25% ao ano. Juros menos altos deixam de atrair capitais financeiros para o país, pressionando para cima a cotação do dólar.
O câmbio também foi afetado por fatores externos. A Bolsa de Xangai caiu 3,23%, no menor nível desde dezembro de 2014. A desaceleração da China tem afetado o mercado global, apesar de o governo do país ter anunciado a injeção de 600 bilhões de yuans na segunda maior economia do planeta.
No ano passado, o país asiático cresceu 6,9%, a menor expansão dos últimos 25 anos. A instabilidade na economia chinesa afeta países exportadores de commodities – matérias-primas com cotação internacional – como o Brasil. A redução da demanda por produtos como ferro e soja barateia as exportações brasileiras. Com menos dólares do comércio internacional entrando no país, a cotação sobe.
Na bolsa de valores, o dia foi de leve recuperação. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou com alta de 0,51 aos 37.837 pontos. As ações da Petrobras, que na quarta-feira, fecharam no menor nível em 13 anos, subiram. Os papéis preferenciais, que dão preferência à distribuição de dividendos, fecharam em 4,52 reais, com alta de 1,81%. As ações ordinárias, que dão direito a voto na assembleia de acionistas, encerraram em 6,75 reais, em 6,33 reais.
O Brasil está enfrentando sua pior recessão desde a década de 1930. E, segundo previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), o país não voltará a crescer antes de 2018.
PV/abr/afp/ots