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Crise da Airbus

20 de fevereiro de 2007

Primeiro-ministro francês anuncia corte de 10 mil vagas na Airbus. Crise será tema de encontro entre chefes de governo da Alemanha e da França ainda nesta semana.

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Peças do A380 são colocadas em contêiner na unidade de Nordenham, na AlemanhaFoto: AP

A crise da Airbus será tema de um encontro entre os chefes de governo da Alemanha e da França na sexta-feira (23/02) no castelo Meseberg, nas proximidades de Berlim. A informação foi divulgada pelo primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, que numa entrevista à emissora de rádio RTL confirmou nesta terça-feira (20/02) o fechamento de 10 mil dos 55 mil postos de trabalho na Airbus.

De Villepin acrescentou: "Não queremos simples demissões. É preciso encontrar uma resposta para cada caso. Poderemos encontrar uma boa solução, se negociarmos com toda a transparência".

Na noite de domingo, a direção do grupo europeu de aeronáutica e defesa EADS surpreendeu ao cancelar as negociações com o conselho de fábrica e uma entrevista coletiva previstas para esta terça-feira sobre o plano de saneamento Power 8, com o qual se pretende economizar 5 bilhões de euros na Airbus até o ano de 2010.

Prejuízos com A380

O saneamento visa cobrir os prejuízos da empresa causados por problemas técnicos do superjumbo A380 e pelo atraso na entrega das unidades encomendadas. A empresa, por seu lado, desmentiu as informações do premiê francês, assegurando que ainda não foi tomada nenhuma decisão.

Um dos pontos a serem decididos é a distribuição do trabalho para a montagem do A350. Segundo informações da EADS, a Alemanha e a França ficariam com 35% das encomendas; os britânicos, com 20%; e os espanhóis, com 10%.

O ponto da discórdia atualmente é quem poderá construir a fuselagem da nova aeronave. Trata-se de tecnologia de ponta, da qual ninguém está disposto a abrir mão. O A350 é visto como um trunfo da européia Airbus na luta pela concorrência com a norte-americana Boeing.