Detenções na Rússia em manifestação contra Putin
10 de março de 2012Na capital russa, milhares de pessoas foram novamente às ruas protestar contra a vitória de Vladimir Putin nas eleições presidenciais no país, ocorridas à sombra de diversas acusações de fraude.
Reagindo a um pedido da oposição, as autoridades moscovitas concederam permissão para uma grande manifestação na avenida Novi Arbat, de tráfego intenso, localizada no centro da cidade e nas proximidades do Kremlin. A polícia prendeu diversos manifestantes durante os protestos, entre eles Serguei Udalzov, líder da Frente de Esquerda, partido de oposição.
O movimento de protesto exige acima de tudo novas eleições presidenciais no país, além de diversas outras mudanças. "Temos exigências claras: reformas políticas, criação de uma Justiça independente, o fim da censura da mídia, eleições diretas para governadores e novo pleito para escolha dos membros do Parlamento (Duma) e de um novo presidente", afirmou o político de oposição Vladimir Rychkov à agência de notícias Interfax. Putin acusou seus opositores diversas vezes de não terem um programa de governo para o país.
Aproximadamente 2.500 forças de segurança em ação
Desta vez, aproximadamente 20 mil pessoas participaram dos protestos. Os críticos do governo Putin haviam previsto, contudo, a presença de 50 mil manifestantes.
Uma semana após as eleições, os protestos podem ser decisivos para o futuro da Rússia, ou seja, o futuro das lideranças políticas dependerá da amplitude da paticipação popular nas manifestações. "O objetivo mais importante deste protesto é mostrar a dimensão das fraudes e as infrações ocorridas durante a eleição presidencial, apontando sugestões para uma mudança do sistema político do país", afirmou Rychkov. Os protestos não podem parar, defendeu Serguei Udalzov.
Na última segunda-feira (05/03), 20 mil pessoas haviam participado de uma manifestação contra a vitória de Putin nas urnas, num protesto que culminou com a detenção provisória de algumas centenas de opositores. Observadores independentes do pleito russo apontam diversos indícios de "graves transgressões" nas eleições do último domingo.
A Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) também criticou o pleito russo, definindo o mesmo como injusto e desigual. Os responsáveis pela coordenação das eleições revidam todas as acusações. De acordo com dados oficiais, o premiê Putin atingiu em torno de 64% dos votos. Ex-diretor do serviço secreto do país, ele assume em maio próximo, pela terceira vez depois de 2000 e de 2004, a chefia do Kremlin.
SV/dapd/dpa/afp
Revisão: Carlos Albuquerque