Dilma pede a papa argentino neutralidade na Copa do Mundo
22 de fevereiro de 2014A presidente Dilma Rousseff assistiu à cerimônia de posse dos 19 novos cardeais no Vaticano neste sábado (22/02), um dia após ser recebida em audiência privada pelo papa Francisco. Entre os novos cardeais – considerados conselheiros mais próximos da Igreja Católica – está o brasileiro dom Orani João Tempesta, 63 anos, até então arcebispo do Rio de Janeiro.
Durante encontro com Dilma na sexta-feira, o pontífice reiterou sua proximidade para com o povo brasileiro, segundo o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi. A presidente o presenteou com uma camiseta da seleção brasileira de futebol com o icônico número dez e autografada pelo craque Pelé, com a dedicatória: "Para o papa Francisco, com respeito e admiração."
O líder da Igreja Católica também recebeu uma bola de futebol assinada pelo craque Ronaldo, "um grande abraço para o papa Francisco do seu amigo Ronaldo", além de uma coleção de livros sobre a história dos jesuítas no Brasil.
Dilma ainda brincou com a rivalidade entre brasileiros e argentinos no futebol e, numa referência à Copa de 1986, quando o jogador argentino Diego Maradona fez com a mão o gol que desclassificou a Inglaterra – a qual ele atribuiu à 'mão de Deus' – Dilma disse: "A única coisa que eu pedi foi que a neutralidade fosse mantida por parte do santo padre e assim a mão de Deus não empurrasse a bola de ninguém".
O papa brincou, dizendo obviamente se tratar de um convite para que, em vez de torcer por sua terra natal, a Argentina, ele reze pela vitória do Brasil na Copa do Mundo deste ano. Francisco é fã ardoroso de futebol e torce pelo clube argentino San Lorenzo.
Francisco ofereceu à presidente um terço, uma medalha com a imagem do anjo da paz e uma medalha para a filha de Dilma, Paula.
Novos cardeais
A presidente desembarcou na sexta-feira em Roma para prestigiar dom Orani Tempesta no consistório. A cerimônia contou com a presença do papa emérito Bento 16, que pela primeira vez participou de uma cerimônia pública desde sua renúncia ao pontificado, em fevereiro do ano passado. Ele apareceu de surpresa na Basílica de São Pedro e foi aplaudido pelos presentes.
Natural de São José do Rio pardo, dom Orani foi um dos articuladores da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, onde era arcebispo, no ano passado.
Entre os 19 novos cardeais, 16 têm menos de 80 anos e podem votar do Colégio Cardinalício, podendo ser eleitores em caso de um conclave para eleger um novo papa. Os cardeais têm a função de auxiliar o papa no desenvolvimento do ministério e trabalhar pela preservação dos fundamentos da fé católica.
AV/kna/epd/dpa/afp/lusa