Diplomatas concordam com cessar-fogo na Síria
12 de fevereiro de 2016Reunidos em Munique, na Alemanha, diplomatas concordaram nesta quinta-feira (11/02) em "cessar as hostilidades" na Síria e ampliar o acesso de ajuda humanitária no país.
O acordo de cessar-fogo deve entrar em vigor em uma semana, informou o secretário de Estado americano, John Kerry, após uma rodada de conversas entre 17 países, inclusive a Rússia.
Segundo Kerry, todas as nações participantes concluíram que as negociações de paz devem acontecer o mais rápido possível. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse que o "real teste" será todas as partes envolvidas honrarem seus compromissos.
O cessar-fogo, no entanto, não vale para o grupo "Estado Islâmico" (EI), nem para os extremistas da Frente al-Nusra. Lavrov disse que os ataques aéreos contra os jihadistas vão continuar.
O encontro em Munique reuniu ministros e outros representantes de países como Alemanha, França, Líbano, Reino Unido, Turquia, Arábia Saudita, além das Nações Unidas.
"Concordamos em acelerar e expandir a entrega de ajuda humanitária começando imediatamente", disse Kerry. "A entrega vai começar nesta semana, primeiro em áreas onde há necessidade mais urgente, e depois a todas as pessoas que estão necessitadas ao redor do país, principalmente em áreas sitiadas ou de difícil acesso."
Kerry acrescentou que negociações entre rebeldes e o governo de Bashar al-Assad devem ser realizadas em Genebra "o quanto antes". A intenção é alcançar um cessar-fogo de longo prazo, afirmou o secretário.
O Comitê de Altas Negociações (HNC) – coalizão que reúne políticos e grupos armados de oposição sírios – recebeu o anúncio de forma positiva, mas disse que só irá participar das negociações se o cessar-fogo for de fato implementado.
"Se virmos ação e implementação, nos veremos muito em breve em Genebra", afirmou o porta-voz Salim al-Muslat.
Desde o início de fevereiro, mais de 500 pessoas foram mortas na província síria de Aleppo numa ofensiva de Assad contra rebeldes, com apoio de ataques aéreos da Rússia.
KG/afp/rtr/ap