Críticas
17 de fevereiro de 2007O diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, criticou a política de proteção ao clima implementada pelos países europeus. "Na Europa, nos últimos anos, nos entregamos demais à ilusão de que já fizemos o suficiente", disse em entrevista ao jornal Bild am Sonntag.
Steiner advertiu o governo em Berlim a transformar o combate ao aquecimento global em pedra angular do programa do país na presidência semestral da União Européia. Pressionados sobretudo pela indústria automobilística, políticos alemães pedem medidas "realistas" para cumprir o Protocolo de Kyoto, aprovado em 1990 e válido até 2012.
"Os Estados Unidos e os países asiáticos estão avançando rapidamente na proteção ao clima e nos fazem concorrência", disse Steiner. "Nós nos acostumamos a ver a China apenas sob a nuvem de poluição, mas o país já planeja cidades livres de CO2". Ele lembrou que a China lançou no ano passado um programa de 137 bilhões de euros para fomentar as energias renováveis.
Segundo o diretor do Pnuma, os países industrializados têm uma "responsabilidade histórica" de servir de modelo na proteção ao clima. "O problema do clima hoje não é causado pela China e, sim, pelos países industrializados ocidentais. Portanto, eles precisam dar o primeiro passo. E a Alemanha deve dar um exemplo", afirmou.
Merkel quer pacto global
Em mensagem enviada na última quarta-feira a uma conferência sobre o clima em Washington, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, disse ver chances de que "juntos, em 2007, possamos estabelecer as diretrizes para o futuro da humanidade".
Merkel disse que, primeiro, pretende "formular dentro da União Européia metas ambiciosas de combate à mudança climática. Daí precisamos discutir no G 8, com a participação dos principais países emergentes, parâmetros para um regime global de proteção ao clima".
Segundo a chefe do governo alemão, este pacto precisa ter três componentes: um "ambicioso aumento da eficiência energética, ampliação da produção de energias renováveis, centrais elétricas livres de CO2 e estímulos ao comércio de emissões. "As chances para tal pacto são boas".
Ela vinculou a proteção ao clima também à segurança do abastecimento energético. "Cada barril de petróleo que deixa de ser consumido não precisa ser importado e não prejudica o clima".