1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Dispositivo da Nasa vai monitorar poluição direto do espaço

Dmytro Hubenko
7 de abril de 2023

Chamado de TEMPO, equipamento foi lançado da Flórida em um foguete SpaceX. Ele ficará na órbita geoestacionária da Terra e permitirá que cientistas monitorem poluentes atmosféricos e suas fontes de emissão.

https://p.dw.com/p/4PpDB
Foguete sendo lançado
Foguete Falcon 9 foi lançado da Estação Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, carregando o dispositivo TEMPOFoto: Paul Hennessy/AA/picture alliance

Um foguete Falcon 9 da SpaceX foi lançado com sucesso da Flórida nesta sexta-feira (07/04), carregando um novo dispositivo da Nasa capaz de rastrear a poluição do ar sobre a América do Norte.

O instrumento, chamado de Tropospheric Emissions Monitoring of Pollution (TEMPO) permitirá que os cientistas monitorem do espaço os poluentes atmosféricos e suas fontes de emissão de forma mais abrangente do que nunca.

De acordo com Kevin Daugherty, gerente do projeto TEMPO, o instrumento da Nasa medirá a poluição e a qualidade do ar em toda a América do Norte de hora em hora, desde Porto Rico (que geograficamente está na América Central) até as areias betuminosas do Canadá.

Os dados serão usados pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) e outras agências responsáveis pelo combate à poluição atmosférica.

Segundo Daugherty, o TEMPO será ativado no final de maio ou no início de junho e começará a produzir dados em outubro. Para o público os dados começarão a ser disponibilizados em abril de 2024, de forma online.

A importância do TEMPO

Para o administrador da Nasa, Bill Nelson, "a missão TEMPO é mais do que apenas estudar a poluição: é sobre melhorar a vida na Terra para todos".

"Ao monitorar os efeitos de tudo, desde o tráfego na hora do rush até a poluição causada por incêndios florestais e vulcões, os dados da Nasa ajudarão a melhorar a qualidade do ar em toda a América do Norte e proteger nosso planeta", acrescentou.

O dispositivo é aproximadamente do tamanho de uma máquina de lavar roupa e tem sido descrito como um laboratório de química no espaço. Ele será hospedado em um satélite de comunicações da empresa Intelsat na órbita geoestacionária.

Caroline Nowlan fala em um microfone em frente a um painel com a foto de um satélite
Caroline Nowlan, física atmosférica, explica que a órbita geoestacionária ainda não contava com um instrumento de monitoramento da qualidade do arFoto: Alex Wong/Getty Images

Atualmente, os satélites de monitoramento de poluição existentes estão na órbita baixa da Terra, o que significa que só podem fornecer informações uma vez por dia, em um horário fixo.

Por outro lado, o TEMPO será capaz de medir a poluição atmosférica até uma resolução espacial de 10 quilômetros quadrados.

O que é órbita geoestacionária?

Caroline Nowlan, física atmosférica do Harvard & Smithsonian Center for Astrophysics, explica que a órbita geoestacionária é comum para satélites meteorológicos e de comunicação, mas que ainda não contava com um instrumento de monitoramento da qualidade do ar que mede gases.

O tempo ficará em uma órbita geoestacionária a 35.786 quilômetros acima da Linha do Equador e corresponderá à rotação da Terra. Isso significa que permanecerá sobre o mesmo local – a América do Norte - em todos os momentos do dia ou da noite.

O equipamento terá múltiplas funções: desde a medição dos níveis de vários poluentes até o fornecimento de previsões de qualidade do ar e o desenvolvimento de estratégias de controle de emissões.

Por que a missão é importante?

Mais de 40% da população dos EUA, ou seja 137 milhões de pessoas, vivem em lugares com níveis insalubres de poluição por partículas ou ozônio, de acordo com a American Lung Association. A poluição do ar é responsável por cerca de 60 mil mortes prematuras por ano.

Entre os poluentes rastreados pelo TEMPO estará o dióxido de nitrogênio, produzido a partir da combustão de combustíveis fósseis, formaldeído e ozônio.

(AFP)