Repercussão
19 de junho de 2007Ditadura do gosto
"Ruth Noack e Roger Buergel, os dois senhores da documenta, colocam-se no pedestal de verdadeiros ditadores da formação do gosto e da encenação de exposições. O verdadeiro e primeiro artista da documenta é, aqui e agora, seu diretor. E assim o Fridericianum, primeiro museu público do mundo, foi elevado à categoria de palácio. Já a entrada apresenta uma utopia: uma sala espelhada, que transporta todo visitante à infinitude, transformando-o nobremente em protagonista da arte."
(Süddeutsche Zeitung)
Oficina para problemas sociais
"O público espera de uma exposição como a documenta que ela se posicione em relação a questões cotidianas. Ela deve, de alguma forma misteriosa, ser política, nos esclarecer, agitar ou consolar. Roger Buergel e Ruth Noack, responsáveis pela mostra, vêem isso de outra forma. Eles acreditam que a arte não é uma oficina para consertar déficits sociais e políticos. E nem deveria ser."
(taz, die tageszeitung)
Postura aleatória
"Enquanto muitos saúdam a concentração de Buergel na 'periferia' – América do Sul, África, Ásia – outros vêem aí uma postura aleatória. As acusações são de que estrelas não estão representadas na exposição, fazendo com que a documenta não seja mais a feira internacional de ponta da arte moderna."
(Tagesspiegel)
Entusiasmo de um botânico
"Não por acaso a documenta se atém a uma dialética na qual o Outro não é visto com estranhamento e que deixa o visitante admirado frente à abundância das formas. Esta documenta abarca o mundo não por consciência pesada, fruto do pensamento de que a arte do Leste Europeu, da Ásia, da África e da América do Sul precisa ser mostrada após um longo período de exclusão. Muito mais do que isso, a documenta se entusiasma como um botânico com as espécies e subespécies enormemente multifacetadas no presente e na história."
(Die Zeit)
Arte sem dieta
"A documenta 12 tornou-se uma mostra de muitas exposições; nenhum espetáculo, nenhuma plataforma de discurso. Um espaço para a arte. Um lugar onde se pode ouvir o murmurar de muitas vozes, onde a mistura de muitos idiomas se sobrepõe à fanfarra do moderno, do mesmo jeito que o alto-falante se sobrepõe aos gritos da feira. A documenta faz com que a arte possa ser experimentada de novo. Buergel não impõe a ela uma dieta. Ele leva simplesmente a arte a sério, às vezes sério demais. Porque evita o sensacional, a documenta liberta a arte do aprisionamento no qual ela tenta manter a percepção estrábica do mercado sempre à procura do novo."
(Frankfurter Allgemeine Zeitung)
Em busca do belo
"A documenta 12 mostra não apenas a vanguarda de hoje – isso ela também faz, através de um olhar internacional, que há muito não cansa o espectador – mas ela também mostra em quais ombros esses artistas se apóiam. Ela não apresenta apenas o lado feminino da história recente da arte, mas também as vanguardas do Leste Europeu. E apesar de toda a aspereza que se manifesta às vezes, ela põe nas mãos do visitante os meios necessários para descobrir o belo e a estética específica até mesmo nas abstrações estruturalistas."
(Frankfurter Rundschau)