Ataques a Israel
23 de setembro de 2010O ataque de militares israelenses a uma frota de ajuda que viajava rumo a Gaza em maio passado resultou em violações dos direitos humanos e da lei humanitária internacional, afirmou nesta quarta-feira (22/09) uma comissão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Os três especialistas – juízes do Reino Unido e de Trinidad e Tobago e um ativista de direitos humanos da Malásia – afirmaram que Israel utilizou uma força desproporcional, "totalmente desnecessária e uma violência incrível" ao interceptar a frota.
"O ataque foi feito com um nível inaceitável de brutalidade, uma conduta que não pode ser justificada com argumentos de segurança ou outros", diz o documento, divulgado na noite desta quarta-feira no site do Conselho de Direitos Humanos.
Os especialistas afirmaram que Israel tem o direito de garantir a sua segurança e acrescentaram que o lançamento de foguetes a partir da Faixa de Gaza contra Israel também constitui uma violação da lei humanitária. Mas o bloqueio israelense à região palestina equivaleria a uma punição coletiva a toda a população civil e não seria legítima sob qualquer circunstância, ressaltam.
O documento afirma ainda que o governo de Israel não colaborou com a missão de investigação. Os especialistas, que não puderam entrar em Israel, pediram às autoridades que identifiquem os envolvidos nos atos de violência contra a frota de ajuda aos palestinos.
Israel conduz investigação própria
O Ministério do Exterior de Israel desqualificou o Conselho de Direitos Humanos da ONU, afirmando que ele adota uma posição partidária, politizada e extremista. Ainda assim, o governo israelense disse que vai analisar o texto.
Israel havia declarado desde o início que não iria colaborar com a investigação do Conselho de Direitos Humanos. Muitos países afirmam que o conselho, no qual países islâmicos e aliados têm maioria, concentra-se no tratamento de Israel para com os palestinos, deixando de lado outros temas de direitos humanos.
O governo de Israel disse que iria colaborar com outra investigação da ONU, convocada pelo Conselho de Segurança, e que também faria sua própria investigação. Nove pessoas morreram no ataque à frota de embarcações que viajavam para Gaza em 31 de maio passado.
AS/rtr/dpa/lusa
Revisão: Roselaine Wandscheer