Dono da Localiza vai comandar secretaria de privatizações
23 de novembro de 2018O empresário Salim Mattar, sócio-fundador da empresa de aluguel de veículos Localiza, foi escolhido nesta sexta-feira (23/11) para comandar a nova secretaria de privatizações do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro.
O órgão, que será vinculado ao Ministério da Economia, a ser comandado pelo economista Paulo Guedes, será responsável por projetos de desestatização e desinvestimentos do governo federal em empresas públicas, incluindo a venda de participações e enxugamento do quadro de funcionários.
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A equipe econômica de Guedes confirmou a nomeação de Mattar em nota. "O empresário Salim Mattar aceitou o convite do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, para assumir a Secretaria Geral de Desestatização e Desimobilização, que será criada como parte da estrutura do Ministério da Economia no novo governo."
A nota também destaca que "Mattar é fundador e presidente do Conselho da Localiza, uma das maiores locadoras de veículos do mundo".
Mattar também é membro do Instituto Millenium, um think thank liberal que tem Guedes como um de seus fundadores. No início do ano, Mattar também chegou a ser sondado pelo partido Novo para se lançar como candidato ao governo de Minas Gerais. Durante a campanha, ele declarou voto no banqueiro João Amoêdo à Presidência, mas evitou criticar Bolsonaro.
Nestas eleições, o empresário doou R$ 2,9 milhões para quase três dezenas de candidatos. Um dos contemplados pelas doações é o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que foi escolhido como futuro ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, e outro é o filho deste. O deputado gaúcho recebeu R$ 100 mil do futuro secretário. Já Rodrigo Lorenzoni, que se candidatou a deputado estadual, recebeu R$ 50 mil. O governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), recebeu R$ 700 mil em doações de Mattar.
Antes de aceitar o convite para a secretaria de privatizações, Mattar também chegou a ser cotado para assumir a Secretaria de Indústria e Comércio – hoje um ministério, mas que vai ter status rebaixado no futuro governo Bolsonaro e passar a responder ao ministério de Guedes.
Hoje, as funções da secretaria de privatizações fazem parte do Ministério do Planejamento, que também vai ser fundido ao superministério da Economia. Já o PPI (Programa de Parceria e Investimentos), responsável por coordenar concessões de infraestrutura, deve continuar ligado à Presidência da República, como já ocorre no governo do presidente Michel Temer.
Guedes já afirmou várias vezes que tem planos ambiciosos para diminuir a participação do governo em estatais. Algumas empresas, como os Correios e subsidiárias da Petrobras, aparecem entre os primeiros alvos do plano de privatizações. Bolsonaro, no entanto, já afirmou que o plano deve preservar algumas áreas estratégicas – a Petrobras, por exemplo, será fatiada, e não vendida como um todo.
JPS/abr/ots
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