Drogas matam menos mas sua atração cresce
7 de maio de 2002Pela primeira vez em três anos, o número de mortos por entorpecentes diminuiu na Alemanha, em 2001, segundo o relatório divulgado na segunda-feira (06) pela encarregada do governo federal para assuntos relativos às drogas, Marion Caspers-Merk. O consumo de drogas ilegais, tais como a heroína, causou a morte de 1835 pessoas, 9,6% a menos que em 2000.
Caspers-Merk atribui a redução aos programas especiais de assistência a viciados existentes em muitas comunidades. Mas a sociedade deve permanecer alerta, adverte ela. Embora cresça numa parte da população a tendência de cuidar do corpo e da saúde, o índice de consumo de drogas continua altíssimo. Só o número de viciados em heroína é calculado entre 120 mil e 150 mil.
O que preocupa Caspers-Merk em especial é o consumo de ecstasy. Os casos de "principiantes" registrados pela polícia em 2001 voltou a subir (11%), em relação ao ano anterior, para 6097. Estima-se que 3 a 4% dos jovens consomem ecstasy ou anfetaminas. Cresce principalmente a tendência de experimentar misturas perigosas: álcool, tabaco, canábis e ecstasy.
Prioridade à prevenção –
A encarregada do governo anunciou um incremento dos programas de prevenção. Importante é atuar antes que os jovens se viciem: "Para eles, dizer 'não' é que deveria ser o bem bom", esclarece. Um dos grupos-alvo é constituído pelos 1,8 milhão a 2 milhões de menores que vivem em famílias em que o pai ou a mãe são dependentes do álcool. Estudos demonstram que 30% deles também se viciam mais tarde.Perigo do álcool e do tabaco –
O maior risco para a sociedade é representado pelo álcool e o tabaco, as drogas legais. Segundo estimativas, ano por ano morrem na Alemanha 100 mil pessoas dos efeitos diretos ou indiretos do vício da nicotina, e 40 mil em conseqüência do abuso de álcool.Quase 17 milhões de pessoas entre 18 e 59 anos são fumantes na Alemanha. Por um lado, aumenta o numero de pessoas que aderem ao antitabagismo, mas por outro cresce a proporção de mulheres viciadas em nicotina. Cerca de 1,6 milhão de pessoas são consideradas alcoólatras e 2,7 milhões apontam um consumo exagerado de álcool e correm por isso o perigo de se tornar dependentes.