E o vencedor é... o turismo alemão!
15 de março de 2006Como destino de férias, a Alemanha e seus quase 20 milhões de turistas estrangeiros ficam bem atrás da vizinha França, com três vezes mais visitantes de fora do país. O fato de a Alemanha ter sido escolhida para sediar os jogos da Copa do Mundo – um dos maiores e mais populares eventos esportivos – deixou sua indústria de turismo radiante.
Um milhão de visitantes de todas as partes do mundo estão sendo aguardados para os jogos, que acontecerão em diversas cidades durante um mês, a partir do dia 9 de junho. Neste período, a Associação Alemã de Turismo acredita que a demanda será de 4,8 a 5,5 milhões de quartos adicionais de hotel. "A Copa do Mundo sacudirá a economia doméstica em cerca de 9 ou 10 bilhões de euros", diz a diretora da Associação de Turismo, Petra Hedorfer.
Estratégia a longo prazo
A Associação de Turismo planeja a longo prazo e leva em consideração não só os fãs animados que encherão os estádios, mas também os outros 40 milhões que assistirão aos jogos pela televisão.
"A Copa do Mundo é um evento midiático de escala global atualmente. É uma oportunidade ótima para atrair turistas estrangeiros à Alemanha", diz Hedorfer. "Nós já planejamos programas de arte e cultura junto com os jogos."
A Alemanha tem mais atrações do que o chucrute. O Portão de Brandemburgo, a Catedral de Colônia e outros pontos turísticos, assim como as salsichas e as especialidades regionais, a exemplo do spätzle da Suábia, serão colocadas nas campanhas publicitárias, que visam a promover a Alemanha como um país amigável.
Financiando o evento
Não há necessidade de subsídios estatais para financiar este evento. A Copa do Mundo, que acontece a cada quatro anos, supera até os Jogos Olímpicos em termos de investimentos privados.
"Nós podemos financiar a Copa do Mundo por meio de patrocínios coorporativos, direitos de transmissão internacional e, claro, venda de ingressos. Agora adicionamos alguns serviços, como pratos especiais para convidados VIP", diz Andreas Herren, porta-voz da Fifa.
O capital da venda de ingressos e de hospedagem irá beneficiar o comitê organizador da Fifa na Alemanha, que é responsável por projetos de construção e de infra-estrutura, assim como por uma vasta gama de ofertas culturais e pelo decorrer tranqüilo dos 64 jogos da programação.
Cerca de 70% da renda gerada com direitos de transmissão e patrocínio serão distribuídos entre 207 federações regionais, no mundo todo.
Telas gigantes
Os alemães querem também evitar o problema que atingiu a última Copa do Mundo, na Coréia e no Japão, em 2002: lugares vazios nos estádios.
"Podemos vender 2,9 milhões de ingressos e o objetivo da Fifa é garantir que cada lugar seja ocupado. Quando as entradas de patrocinadores não forem usadas, queremos ter a possibilidade de transferi-las para o público", diz Herren.
Para os fãs de futebol que não tiverem ingresso, haverá telas de exibição gigantes, a fim de que todos possam assistir aos jogos, inclusive nas cidades em que os jogos acontecerão. Espera-se que essas áreas de exibição criem um clima festivo entre os fãs de futebol, embora alguns também se preocupem com a possibilidade de ações violentas em áreas lotadas.
Possibilidades comerciais
A área onde se localiza o Parlamento alemão, o Reichstag e a sede do governo, no centro político de Berlim, poderia facilmente se tornar uma espécie de minicidade do futebol. A marca de artigos esportivos alemã Adidas quer montar uma loja na região.
A Adidas e outras companhias esperam levar vantagem na confluência de fãs de esporte e pelo bom-humor generalizado.
"Com 64 jogos, 100 mil espectadores para todo e cada jogo, alcançaremos uma escala de magnitude incrível", diz Herren.
Um sonho para qualquer marqueteiro.