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Segunda do mundo

16 de agosto de 2010

Resultados do segundo trimestre mostram que a China assumiu a posição que, há 40 anos, era do Japão. Volume de negócios com a América Latina deve superar comércio da região com a União Europeia.

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China se torna segunda maior economia do mundoFoto: AP

A notícia de que a economia chinesa já é a segunda maior do mundo despertou no governo japonês o sentimento de que é preciso reagir. Nesta segunda-feira (16/08), Tóquio anunciou que se empenhará em fomentar o consumo privado de produtos ecológicos, ajudar recém-graduados a encontrar emprego, revitalizar pequenas empresas e introduzir novas medidas monetárias e financeiras no país.

Com um crescimento econômico de somente 0,4% e elevação do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,28 trilhão de dólares, o desempenho da economia no Japão ficou abaixo do esperado no segundo trimestre. No mesmo período, o PIB chinês cresceu para 1,33 trilhão de dólares. Com esse resultado, Pequim tirou do vizinho asiático o título de segunda maior potência econômica do mundo, que o Japão mantinha já há 40 anos.

Para as demais potências globais, os fatores que levaram a China a atingir esse patamar são cada vez mais motivo de grande preocupação.

Stahl für China
Aço: cresce domínio da China sobre matéria-primaFoto: AP

Relações chinesas

O país reúne vários superlativos: é o mais populoso do mundo (1,3 bilhão de habitantes) e o maior consumidor de energia do planeta (ultrapassou os Estados Unidos), sendo também o maior emissor de gases do efeito estufa.

O caso chinês comprova que a globalização não é uma via de mão única, em que somente os países desenvolvidos ganham mais espaço entre os emergentes. A crescente presença da China em países emergentes e em desenvolvimento preocupa a União Europeia (UE).

Nos próximos cinco anos, o país asiático deverá conquistar também outro posto que, atualmente, é da UE: o de segundo parceiro comercial da América Latina. Segundo dados da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), a participação chinesa na economia da região deverá saltar de 7,6% para 19,3% até 2020. No Chile, Peru e Argentina, a China já é um dos principais países parceiros.

Porta de entrada

Ölförderung in Venezuela
Mercado chinês é importante consumidor de petróleo venezuelanoFoto: AP

Os recursos naturais da América Latina são o que atraem os chineses: a relação entre o país asiático e a região se baseia, principalmente, na troca de matéria-prima por produtos industrializados.

O modelo, no entanto, causa irritação nos Estados Unidos e na Europa. "Os chineses estão se tornando os senhores da matéria-prima desse mundo", já advertira Werner Schnappauf, diretor-executivo da Confederação da Indústria Alemã (BDI). A indústria alemã se vê ameaçada com o avanço da China nessa área.

Em quase todos os casos, as relações comerciais entre os chineses e os latino-americanos são complementares: ambas as partes se complementam através de sua oferta de produtos. Exceções são o México e a América Central, que concorrem com a China pelo mercado dos Estados Unidos devido aos baixos salários.

O mercado chinês é o principal destino da produção peruana de cobre, ferro e chumbo – há pelo menos três anos, indústrias chinesas desenvolvem no país sul-americano megaprojetos de exploração dos recursos.

E o petróleo venezuelano tem boa saída na China: estima-se que 400 mil barris sejam vendidos diariamente para o país asiático. Mas a relação entre os dois países vai mais além: os chineses ajudam a Venezuela a ampliar a rede energética, a desenvolver a agricultura e a fomentar a tecnologia.

Ranking dos mais ricos

Os Estados Unidos ocupam a primeira posição na lista das maiores economias. O desempenho chinês empurrou o Japão para o terceiro lugar e a Alemanha para o quarto. O ano de 2010 deve acabar com França, Reino Unido, Itália e Brasil ocupando as posições seguintes.

NP/dpa/afp
Revisão: Carlos Albuquerque