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Economia da Coreia do Norte sofre maior queda em décadas

Chase Winter pv
20 de julho de 2018

Sanções internacionais atingem setores de mineração e manufatura e encolhem PIB norte-coreano em 3,5% em 2017. Exportações caem quase 40%.

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as exportações da Coreia do Norte despencaram para 1,77 bilhões de dólares – uma queda de 37% em relação a 2016Foto: picture-alliance/AP Photo/W. Maye-E

A economia da Coreia do Norte sofreu em 2017 seu declínio mais acentuado em duas décadas. O Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu 3,5% por causa das sanções internacionais aos programas nucleares e de mísseis de Pyongyang, que atingiram os setores de mineração e manufatura, afirmou o Banco Central da Coreia do Sul nesta sexta-feira (20/07).

A contração no ano passado representou a maior desde 1997, quando a economia norte-coreana despencara 6,5%, num momento em que o país sofria com uma fome devastadora, que causou centenas de milhares de mortes.

"O crescimento negativo é atribuível a uma queda na produção de minério e a um recuo nas indústrias pesadas e químicas, já que as Nações Unidas impuseram sanções mais duras às atividades nucleares e de mísseis", afirmou um funcionário do Banco Central à agência de notícias sul-coreana Yonhap.

As intensificadas sanções internacionais têm como alvo o setor de mineração da Coreia do Norte, especialmente a indústria do carvão. Restrições às importações de petróleo e gás atingiram a manufatura.

Liderada por um declínio acentuado na geração de carvão, a mineração diminuiu 11% em 2017, ante um crescimento de 8,4% em 2016. A manufatura, que havia crescido 4,8% em 2016, caiu 6,9% no ano passado devido a uma queda na produção da indústria pesada e química.

A agricultura e a pesca, responsáveis por cerca de um quinto da economia norte-coreana, caíram 1,3% em 2017. O setor da construção sofreu um declínio de 4,4%, enquanto a eletricidade e o gás também caíram 2,9%.

A mineração e a manufatura representam – combinadas – cerca de um terço da economia da Coreia do Norte.

Sanções atingem as exportações

Outro sinal mostra que as sanções estão surtindo efeito: as exportações da Coreia do Norte despencaram para 1,77 bilhões de dólares – uma queda de 37% em relação ao ano anterior. As importações caíram apenas 1,8%, para 3,8 bilhões de dólares.

Sob pressão dos Estados Unidos, o maior parceiro comercial da Coreia do Norte, a China, começou no ano passado a aplicar rigorosamente as sanções internacionais. E desde que a Coreia do Sul fechou a zona industrial de Kaesong na Coreia do Norte em 2016, o comércio entre os dois países vizinhos tem sido quase inexistente.

Como parte de um esforço diplomático que levou a uma cúpula em Cingapura entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em junho, o governo americano manteve a perspectiva de suspender as sanções e impulsionar a economia da Coreia do Norte caso esta desmantele completamente seus programas nucleares e de mísseis.

O Banco Central da Coreia do Sul estima o desenvolvimento econômico da Coreia do Norte desde 1991. Pyongyang não divulga dados econômicos. A renda nacional bruta per capita na Coreia do Norte é de 1.283 dólares, ou apenas 4,4% da renda média na Coreia do Sul, segundo o Banco Central.

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