EI tenta manter controle de cidade-chave no Iraque
3 de março de 2015Forças militares iraquianas e milícias xiitas continuam nesta terça-feira (03/03) a operação para recuperar a cidade de Tikrit e vilarejos nas proximidades do domínio dos combatentes do "Estado Islâmico" (EI).
Este é o segundo dia da maior operação iraquiana contra o grupo jihadista, que controla boa parte do Iraque e também grandes áreas na Síria. Os militares iraquianos mobilizaram 30 mil combatentes, e, além das milícias xiitas, contam também com o apoio de algumas tribos sunitas da região.
O general iraniano Qassem Soleimani, comandante da Força Quds, estaria participando da ofensiva, o que evidencia a influência do Irã sobre as milícias xiitas no Iraque, fundamentais na luta contra o "Estado Islâmico". Entre elas estão a Hashid Shaabi e as brigadas Badr.
Segundo militares iraquianos, Tikrit está sendo cercada a partir do norte, do oeste e do sul. Em menor número e com menor poder de fogo, os jihadistas, que controlam Tikrit desde junho de 2014, estão apelando para táticas de guerrilha para impedir o avanço das tropas iraquianas.
Minas terrestres foram espalhadas pelas estradas e rotas que levam a Tikrit, o que torna mais lento o avanço das tropas e exige um rigoroso trabalho de limpeza da área. Os jihadistas também posicionaram franco-atiradores em pontos estratégicos e usam ataques suicidas com carros para impedir o avanço das forças do governo iraquiano.
Nesta terça-feira, um homem-bomba conduziu um veículo militar contra um posto de controle militar, controlado por forças do governo e por combatentes xiitas, ao sul de Tikrit, matando quatro soldados e ferindo 12.
A reconquista de Tikrit é importante do ponto de vista estratégico e também simbólico. Localizada a cerca de 130 quilômetros ao norte de Bagdá, a capital da província de Salah-ad-Din é a terra natal do antigo presidente Saddam Hussein. Remanescentes do antigo partido dele agora apoiam o EI.
Comandantes militares iraquianos afirmaram que a reconquista de Tikrit é um passo importante para uma operação militar ainda mais ambiciosa: a retomada de Mossul, a maior cidade do norte do Iraque e principal centro do "Estado Islâmico" no país.
AS/ap/afp/rtr