Eleitores de Berlim mantêm mistério até último instante
19 de outubro de 2001Será realizada neste domingo (21) a eleição para a prefeitura da capital da Alemanha, Berlim. O pleito, que deveria acontecer só em 2004, foi antecipado porque a grande coalizão de governo, dominada pela União Democrata-Cristã (CDU) renunciou, em junho, em conseqüência de um escândalo financeiro que resultou num prejuízo superior a quatro bilhões de marcos (US$ 1,835 bilhão) aos cofres públicos.
O virtual eleito é o prefeito interino Klaus Wowereit, que se popularizou, de repente, após ter assumido seu homossexualismo publicamente. No discurso de agradecimento à sua eleição indireta para o cargo, há quatro meses, o jovem berlinense declarou: "Eu sou gay e é bom que seja assim". O partido do prefeito popular, o Social Democrático (SPD), presidido pelo chanceler federal, Gerhard Schröder, deverá obter só 35% dos votos e precisará de parceiros para formar uma coalizão de governo. O concorrente do prefeito interino é o candidato democrata-cristão Frank Steffel, de 35 anos, igualmente berlinense.
As pesquisas prevêem um resultado eleitoral exatamente oposto ao da última eleição em 1999. Naquele ano, a CDU obteve 41% dos votos e o SPD 22%. Neste domingo, o SPD deverá ganhar 35% e a CDU apenas 26%. Ambos os partidos excluem a possibilidade de reeditarem sua grande coalizão, dominada pelos democrata-cristãos, que foi destituída em junho. Por isso é necessário um terceiro partido para governar Berlim juntamente com os social-democratas e os verdes, que assumiram o poder quatro meses atrás. O terceiro parceiro de coalizão poderá ser o Partido Liberal, se conseguir ultrapassar a barreira de 5% dos votos para ter representação no Parlamento berlinense.
Neocomunistas
Está sendo cogitada, como segunda alternativa, uma coalizão do SPD com o Partido do Socialismo Democrático (PDS), sucessor do Partido Comunista da antiga República Democrática Alemã. O PDS tolera o atual governo provisório social-democrata e verde. Os neocumunistas vão disputar a eleição domingo com candidato próprio - o político alemão oriental muito popular Gregor Gysi - na esperança de repetirem o bom dividendo, de 18% dos votos, que tiveram em 1999.