Eleições na Guiné-Bissau transcorrem sem incidentes graves
14 de abril de 2014Como previsto, as urnas fecharam às 17h (horário local) nas eleições gerais deste domingo (13/04) na Guiné-Bissau. A votação decorreu sem incidentes, de acordo com várias fontes ligadas ao processo eleitoral. Também de acordo com fontes das diferentes missões de observação eleitoral no país, tanto na capital como no interior foram detectados apenas pequenos problemas que não afetaram a votação.
A Comissão Nacional de Eleições deverá apresentar os resultados definitivos das eleições dentro de uma semana. Os primeiros resultados devem sair ainda nesta quarta-feira.
No dia da votação, a cidade de Bissau acordou por volta das 5h, com as ruas cheias de pessoas que procuravam desesperadamente as suas mesas de voto, como foi o caso de Bacar Mané. "Vim às 5h e fiquei à espera por um bom tempo para poder exercer o meu direito cívico. Foi difícil, mas consegui votar."
Dados avançados pela Comissão Nacional de Eleições indicam que a taxa de participação deverá oscilar entre 60% a 70%, uma das "mais significativas" na história do país. Foram 2.983 mesas de voto no território nacional e 28 no exterior. Todas abriram por volta das 7h e fecharam às 17h.
Cerca de 770 mil eleitores estavam aptos a votar. Cada um teve a oportunidade de preencher dois boletins de voto, com 13 candidatos presidenciais e 15 partidos que concorreram para as legislativas, que mais tarde constituirão a Assembleia Nacional Popular, de 102 assentos.
Uma imagem que marcou a votação foi a do chefe dos militares, António Indjai, que há dois anos liderou um golpe de Estado. Ele deslocou-se na manhã deste domingo à mesa onde deveria votar, vestido com trajes tradicionais dos muçulmanos, ou seja, completamente de branco, e soltou duas pombas brancas logo após ter introduzido o seu boletim de voto na urna. À imprensa, disse apenas "paz, paz".
Por seu turno, o presidente interino, Serifo Nhamadjo, pediu aos candidatos que aceitassem os resultados dessa votação. "Aos partidos políticos e aos candidatos apelo para que aceitem os resultados que serão anunciados pela Comissão Nacional de Eleições. Ganhe quem ganhar. Devemos ser capazes de ultrapassar o atual momento na paz e tranquilidade."