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Eleições no Afeganistão contam com participação expressiva do eleitorado

5 de abril de 2014

Eleitores enfrentaram filas e falta de cédulas para votar em alguns locais. Por causa de ameaças do Talibã, mais de 210 centros de votação foram fechados. Explosão próxima a escola deixou um morto e dois feridos.

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Foto: DW/N.Asir

Milhares de eleitores compareceram às urnas neste sábado (05/04) para votar nas eleições presidenciais do Afeganistão. A votação, primeira a ser realizada após a transferência de poder no país após 13 anos da intervenção militar liderada pelos Estados Unidos, contou com aproximadamente 7 milhões dos cerca de 13,5 milhões de eleitores.

De acordo com o responsável pela Comissão Eleitoral do país, Ahmad Nuristani, com a grande participação do eleitorado, o pleito teve que ser estendido por mais uma hora para que a população, que aguardava em longas filas, pudesse votar. Alguns locais de votação não tiveram cédulas suficientes, que foram prontamente repostas.

Os fundamentalistas islâmicos do Talibã, que consideram as eleições uma "conspiração estrangeira", ameaçaram promover ataques aos postos eleitorais do país. Mesmo com cerca de 400 mil policiais realizando a segurança do pleito, 211 postos de votação – do total de 6.212 – tiveram que ser fechados por medo de atentados.

Até o momento foi registrada uma explosão próxima a uma escola na província de Logar, localizada ao sul da capital, Cabul. O ataque deixou um morto e dois feridos. Na sexta-feira (04/04), a fotógrafa alemã Anja Niedringhaus, da agência americana AP, foi morta a tiros no leste do país.

Os primeiros resultados parciais das eleições afegãs deverão ser divulgados no domingo. Os resultados oficiais deverão ser divulgados no dia 24 de abril e um eventual segundo turno – caso nenhum candidato obtenha mais de 50% dos votos – está marcado para 28 de maio.

Medidas para evitar fraudes

Após votar no início da manhã, o atual presidente Hamid Karzai, único presidente do país desde a retirada do Talibã do poder em 2001, parabenizou os eleitores por comparecerem às urnas "para escolher seu futuro presidente inclusive com mau tempo", em referência às chuvas que caíam no país neste sábado. A Constituição impede que Karzai concorra a um terceiro mandato.

Medidas extraordinárias foram tomadas para evitar fraudes eleitorais, após a votação que marcou a reeleição de Karzai em 2009 ter sido marcada por suspeitas de manipulação. Foram adotados rígidos protocolos de segurança, que incluem códigos de barras nas urnas entregues em todas as 24 províncias, além do início das apurações logo após o encerramento da votação.

Além disso, mensagens de texto via celular foram proibidas para evitar que os candidatos fizessem propaganda eleitoral de última hora. Os eleitores puderam escolher entre oito candidatos à presidência, além de votar nos membros dos conselhos das províncias.

Três candidatos à presidência se destacaram durante a campanha, sem que houvesse um amplo favoritismo para qualquer um deles. Os principais candidatos do pleito são Abdullah Abdullah, rival de Karzai na eleição anterior; Ashraf Ghani Ahmadzai, ex-executivo do Banco Mundial; além do ex-primeiro-ministro Zalmai Rassoul.

Os três aparentam ter políticas semelhantes quanto ao Ocidente, e prometem assinar um tratado de segurança com os EUA que visa permitir a permanência de milhares de tropas estrangeiras no país, para dar continuidade aos treinamentos das forças de segurança locais – acordo que Karzai havia se recusado a assinar.

RC/ap/afp/dpa/lusa