Em 7 de junho
12 de maio de 2009
O principal tema da campanha eleitoral para as eleições parlamentares europeias, marcadas para 7 de junho próximo, é a crise econômica e financeira mundial.
Os conservadores do Partido Popular Europeu (PPE) exigem que os países participantes da união monetária acertem entre si os assuntos de política econômica e se encontrem regularmente com esse fim em cúpulas específicas da zona do euro. Os adeptos do Partido Europeu dos Liberais, Democratas e Reformadores (ELDR) também favorecem uma maior coordenação da política econômica entre os países em que circula o euro.
Social-democratas e verdes também têm propostas bastante detalhadas para a fiscalização do mercado financeiro. O Partido Socialista Europeu (PSE) defende a proibição de vendas a descoberto no mercado de ações. A Federação Europeia dos Partidos Verdes (EFGP), por sua vez, exige a taxação de transações financeiras, a fim de deter a especulação.
Quanto ao estímulo à conjuntura, os social-democratas defendem uma estratégia de crescimento compatível com as metas de proteção ao meio ambiente e capaz de criar 10 milhões de novos empregos em toda a Europa até 2020. Além disso, se empenham pela ampliação de importantes infraestruturas, como redes de transporte e energia, uma reivindicação que também consta do programa dos conservadores.
Quanto à ampliação dos sistemas de transporte, os verdes favorecem a rede ferroviária, em detrimento das rodovias. Também defendem a expansão das energias renováveis, também com a meta de gerar mais empregos. Os liberais, por sua vez, querem combater os obstáculos à livre concorrência e a burocracia, a fim de abrir mais espaço para a inovação empresarial.
Quem é bem-vindo à União Europeia?
O tema da imigração de estrangeiros também é central em todos os programas eleitorais. O PPE, o PSE e o ELDR querem intensificar a vigilância de fronteiras e prometem uma melhor organização da imigração legal. Os verdes reivindicam direito de voto para todos os imigrantes que vivem há pelo menos cinco anos legalmente na UE.
Quanto à expansão da União Europeia, as posições dos partidos são bastante difusas. O PPE adverte que uma nova ampliação poderá prejudicar a coesão do bloco, mas confirma as perspectivas de ingresso dos países do oeste dos Bálcãs e não exclui a possibilidade de aceitação de novos membros.
O PSE reitera seu apoio a negociações sem compromisso sobre um eventual ingresso da Turquia. Para conservadores, social-democratas e verdes, uma alternativa interessante à ampliação do bloco poderia ser uma maior cooperação com os países vizinhos.
O resultado das eleições parlamentares europeias também influencia diretamente a Comissão Europeia. Caso os social-democratas vençam o pleito e os conservadores deixem de ser a bancada mais forte, poderá haver uma mudança na presidência da Comissão, atualmente ocupada pelo português José Manuel Barroso.
Alemães perdem interesse por instituições europeias
Na Alemanha, as eleições para o Parlamento Europeu já não animam os cidadãos como antes. Desde 1989, a participação dos eleitores alemães diminui cada vez mais, tendo atingido em 2004 o mais baixo contingente, de 43%. Isso, apesar de grande parte das leis alemãs se basearem em decisões europeias e de significativas inovações terem passado a ser introduzidas diretamente em nível europeu.
Os partidos representados no Parlamento alemão estão se empenhando em atrair os eleitores às urnas. Eles esperam que as crises econômica, financeira e climática de dimensões mundiais desperte nos cidadãos a consciência de que os principais problemas não podem mais ser resolvidos em nível nacional.
A Alemanha detém 99 cadeiras no Parlamento Europeu, às quais estão concorrendo 32 partidos e organizações políticas.
Orientação eletrônica
Os eleitores que ainda não tiverem decidido em quem votar nas eleições europeias contam com a ajuda de guias na internet. Sites como euprofiler.eu e votematch.eu permitem ao eleitor descobrir qual partido é mais condizente com suas próprias convicções políticas.
Em alguns países, esse tipo de orientação online já existia para eleições regionais ou parlamentares. Mas em nível europeu, esse abrangente projeto é uma novidade. Quase 300 partidos de 30 países foram analisados por pesquisadores do European University Institute (EUI), sediado em Florença, e o teste foi traduzido em 24 línguas. O projeto não recebeu nenhuma ajuda financeira da UE, sustentando-se apenas com recursos de instituições científicas.
Uma viagem virtual pelo cenário partidário europeu leva apenas dez minutos em um primeiro percurso. Com o mouse do computador, o usuário se posiciona em relação a 30 declarações políticas extraídas da campanha eleitoral. A Turquia deveria ingressar na UE? A legalização do casamento homossexual é uma boa decisão? Bruxelas deveria cobrar impostos próprios?
No final, o programa investiga quais partidos são mais próximos da posição do usuário, tanto em seu país como no exterior. Quem quiser se aprofundar pode investigar os diversos programas eleitorais ou visualizar o percentual de convergência entre os quase 300 partidos.
SL/dpa/ap
Revisão: Rodrigo Abdelmalack