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Entre 187 países

3 de novembro de 2011

Com Índice de Desenvolvimento Humano considerado "alto", Brasil melhora uma posição no ranking da ONU. Mas país fica abaixo da média dos vizinhos na América Latina.

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País subiu uma posição no ranking da ONU.Foto: Florian Kopp

Ainda não foi em 2011 que o Brasil entrou para o seleto grupo de países com desenvolvimento humano "muito alto". Segundo o relatório divulgado nesta quarta-feira (02/11) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o país ganhou uma posição e manteve o status considerado "alto".

Na lista de 187 países considerados pela ONU, o Brasil está no 84º lugar no ranking que avalia o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O documento apresentado em Copenhague, na Dinamarca, sugere que a melhora da nota final do Brasil de 0,715 para 0,718 (acima da média global de 0,682) se deve, principalmente, a conquistas na área da saúde, com o aumento da expectativa de vida.

O índice do Pnud varia de zero a um– o melhor desempenho é aquele se aproxima da nota um. “As dimensões sociais, de educação e saúde foram as que mais causaram impacto no IDH do Brasil e fizeram com que o país ganhasse posições”, avaliou Rogério Borges de Oliveira, economista brasileiro que contribuiu no relatório.

Mais do Brasil

O IDH se concentra sobre três áreas consideradas vitais para o desenvolvimento humano: o conhecimento, medido por indicadores de educação; a saúde, segundo a expectativa de vida; e o padrão de vida digno, avaliado pela renda.

A média de longevidade do brasileiro para 2011 é de 73,5 anos, para crianças no início da vida escolar são esperados 13,8 anos de estudo e 7,2 anos de escolaridade média – levando-se em conta adultos com mais de 25 anos.  No cálculo do Pnud, a Renda Nacional Bruta (RNB) per capita dos brasileiros para este ano é de 10.162 dólares, cerca de 17.700 reais.

O índice foi criado pela ONU em 1980. Ao longo dessas três décadas, o desempenho do Brasil melhorou 31%, de 0,549 para 0,718. Desde então, a expectativa de vida do brasileiro subiu 11 anos, a média de escolaridade 4,6 anos e RNB registrou elevação de 40%.

Entre melhores e piores

A primeira colocada na lista é, mais uma vez, na Noruega, cujo IDH é de 0,943. Austrália (0,929) e os Países Baixos (0,910) são os seguintes, e a Alemanha aparece em sétimo lugar. Dentre as 47 nações que têm o desenvolvimento humano considerado "muito alto" estão apenas dois países da América Latina: Chile, na 44º posição com nota 0,805 e Argentina, 45º colocada com 0,797. 

Nas últimas posições, com os piores índices, estão o Burundi (0,316), Níger (0,295) e a República Democrática do Congo (0,286). Quando considerada a região, os Estados Árabes são os que apresentam a melhor média de IDH. A lista segue com Ásia Oriental e Pacífico, Europa e Ásia Central, América Latina e Caribe, Ásia do Sul e África Subsariana, por último.

O Brasil e os outros

Apesar dos avanços, o Brasil está abaixo da média do IDH da América Latina (0,731). Além de Chile e Argentina, Uruguai, Cuba, México, Panamá, Peru e Equador obtiveram notas superiores que ao maior país da região.

Dentro dos demais países que formam os BRICS, o IDH brasileiro é o segundo melhor, atrás da Rússia. A Índia é a pior colocada do grupo, com 0,547. “É interessante colocar esses países em um mesmo grupo de comparação pelo tamanho continental, pelas populações enormes, pela importância política, por serem economias emergentes e por terem políticas similares em alguns pontos”, explicou Oliveira.

Autora: Nádia Pontes
Revisão: Roselaine Wandscheer