Turquia descarta operação militar solo na Síria
9 de outubro de 2014Apesar da iminente queda da cidade de Kobane, perto da fronteira síria-turca, a Turquia descartou nesta quinta-feira (09/10) uma ofensiva terrestre própria contra os militantes do "Estado Islâmico" (EI) na região. Em reunião com o novo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, reiterou que é irrealista esperar uma investida solo do país, mas que, em caso de uma decisão conjunta, a Turquia não hesitaria em desempenhar o seu papel.
Cavusoglu também descartou as acusações de que a Turquia não estaria se engajado o suficiente para combater os jihadistas do EI, que já tomaram mais de 300 aldeias habitadas principalmente por curdos na região da fronteira entre a Síria e a Turquia. "Nós nunca fomos cautelosos", garantiu Cavusoglu.
O ministro renovou o apelo turco para uma zona de proteção para refugiados e uma zona aérea fechada para voos no norte da Síria, monitorada internacionalmente, para impedir ataques aéreos das Forças Armadas sírias. Além disso, a queda do ditador sírio Bashar al-Assad deve fazer parte da estratégia contra o EI. Enquanto o regime de Assad estiver no poder, o derramamento de sangue vai continuar na Síria.
Stoltenberg não pôde dar muitas esperanças à Turquia na questão do fechamento do espaço aéreo. Atualmente o tema não está em discussão na Otan. Além disso, a zona de proteção para os refugiados, como o presidente turco Recep Tayyip Erdogan havia pedido, também não está na pauta da organização.
Por outro lado, o secretário-geral garantiu que a aliança está preparada "para apoiar todos os aliados na manutenção de sua segurança". Ele também se referiu aos mísseis Patriot da Bundeswehr, que estão disponíveis na Turquia para a proteção contra ataques sírios.
Na há dias sitiada Kobane, a situação segue confusa. De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os combatentes do EI controlam o leste da cidade, assim como áreas menores no nordeste e sudeste. E, apesar dos ataques aéreos da coalizão internacional, eles ocuparam a sede da polícia curda no local.
PV/dpa/rtr