Em meio a ataques, Clinton inicia corrida presidencial
13 de abril de 2015Logo após o lançamento de sua pré-candidatura, a ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton iniciou uma viagem de campanha pelo país, em sua segunda tentativa de se tornar a primeira mulher a chegar à Casa Branca. Se dirigindo aos "everyday Americans" (americanos comuns, em tradução livre), Clinton embarcou numa minivan em Nova York com destino ao estado de Iowa.
Nesta segunda-feira (13/04), a democrata de 67 anos postou na sua conta oficial do Twitter uma imagem dela com uma família num posto de gasolina na Pensilvânia.
A decisão de partir em viagem de campanha foi uma surpresa até mesmo para sua equipe. "Quando Hillary nos disse que estava pronta para pegar a estrada até Iowa, olhamos para ela e dissemos: 'Sério?' Ela só respondeu: 'Sério'", disse o assessor Huma Abedin. "Isso foi ideia dela, e ela está muito animada", acrescentou em teleconferência para jornalistas e apoiadores.
Em Iowa, o primeiro estado americano a votar em anos eleitorais, Clinton falará "sobre como fazer com que a economia funcione para que americanos comuns e suas famílias possam realmente prosperar e seguir avançando".
No vídeo de dois minutos em que anunciou sua candidatura, a ex-primeira-dama americana prometeu esforços, caso eleita, para diminuir as desigualdades econômicas. "Todos os dias os americanos precisam de um campeão. Eu quero ser esse campeão", disse.
"Vamos ter que lutar por cada voto, e isso obviamente começa nas prévias", disse o gerente de campanha Robby Mook. Clinton, que perdeu as prévias para Barack Obama em 2008, é até o momento a segunda candidata oficial às prévias do Partido Democrata. No fim de novembro passado, o ex-senador democrata Jim Webb anunciou sua pré-candidatura à corrida presidencial.
A ex-secretária de Estado, no entanto, aparece na frente nas pesquisas. Segundo a página realclearpolitics, Clinton tem 60% das intenções de voto na concorrência interna de seu partido. A senadora democrata Elizabeth Warren e o vice-presidente americano, Joe Biden, teriam cerca de 12%, embora ainda não esteja claro se eles vão concorrer.
Republicanos lançam campanha contra Hillary
Hillary Clinton já se tornou o principal alvo do Partido Republicano. Em seu site, os republicanos lançaram a campanha "Stop Hillary" (Parem Hillary, em tradução livre) e declararam como meta o recolhimento de 100 mil assinaturas, em apenas um dia, contra a candidatura da ex-primeira-dama à Casa Branca.
Segundo o jornal americano Washington Post, Jeb Bush, irmão do ex-presidente George W. Bush e possível concorrente direto na campanha presidencial em 2016, escreveu um e-mail a doadores de campanha. "Cabe a nós detê-la", escreveu. Ele também divulgou um vídeo em que diz: "Temos que fazer melhor do que a política externa de Obama-Clinton. Ela deteriorou as relações com nossos aliados e fortaleceu nossos inimigos."
O senador republicano Ted Cruz acusou Clinton de representar "políticas fracassadas do passado". Ele e o também senador Rand Paul são os dois republicanos que já anunciaram intenção de disputar as eleições presidenciais pelo partido.
Paul criticou o fato de a Fundação Clinton ter aceitado doações da Arábia Saudita. "Eu diria que, se Hillary Clinton acredita nos direitos das mulheres, ela teria que defender um boicote contra a Arábia Saudita", disse o republicano à emissora NBC. "Em vez disso, ela aceita doações milionárias."
De fato, escândalos e gafes dos tempos como secretária de Estado e à frente da Fundação Clinton podem comprometer uma suposta eleição de Hillary Clinton. Além de o nome Clinton estar associado a casos de assédio sexual do ex-presidente Bill Clinton, Hillary teve que lidar recentemente com críticas por ter usado um servidor de e-mails privado para correspondências oficiais quando ainda era secretária de Estado.
Os republicanos veem o fato de Clinton ter deletado e-mails como prova de que ela estaria encobrindo algo. Além disso, o partido rival aponta Obama e Clinton como responsáveis pelo caos no Oriente Médio, pela morte do embaixador americano dos EUA na Líbia, em 2012, e pela política externa agressiva do presidente russo, Vladimir Putin.
Logo de campanha
Nas mídias sociais, a candidatura de Hillary ganhou destaque, principalmente no Twitter. Muitos internautas ridicularizam o logo de campanha – um H azul, representando a inicial de Hillary, e uma flecha vermelha, simbolizando o progresso.
O design do logo poderia ter sido feito no programa Paint, disse um usuário:
Outros viram semelhança com a bandeira de Cuba:
E houve até quem tenha comparado o logo a uma placa de trânsito:
PV/afp/rtr/lusa/dpa/ots