1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Em Paris, Trump não descarta diálogo sobre acordo do clima

13 de julho de 2017

Após reunião com Macron, presidente dos EUA afirma que "algo pode acontecer" em relação ao pacto climático, do qual anunciou saída em junho. Líderes exaltam laços históricos entre as duas nações, apesar das divergências.

https://p.dw.com/p/2gVGH
Frankreich Donald Trump im Elysee Palace
Ao lado do presidente da França, Trump descreveu relação entre Washington e Paris como "indestrutível"Foto: picture-alliance/dpa/Y. Herman

O presidente francês, Emmanuel Macron, recebeu nesta quinta-feira (13/07), em Paris, o presidente americano, Donald Trump, para conversas destinadas a reafirmar os laços históricos entre os países, mas antecedidas por tensões provocadas pela saída dos Estados Unidos do Acordo climático de Paris.

Em coletiva de imprensa após uma reunião no Palácio do Eliseu, Trump saudou a relação "indestrutível" entre Paris e Washington, admitindo que as duas nações têm "desentendimentos ocasionais", mas que isso não prejudica uma amizade que data da Revolução Americana de 1776.

Segundo o presidente americano, muitas pessoas esquecem que a França ajudou os Estados Unidos "a conquistar sua independência", séculos atrás.

Sobre o Acordo de Paris – um desses desentendimentos –, Macron reforçou a importância do pacto, assinado em 2015 por quase 200 países a fim de frear o aquecimento global, mas disse respeitar a decisão de Trump de se retirar. Ele garantiu que tal divergência não impactará em outras áreas, lembrando que os dois governos compartilham "objetivos comuns importantes".

O líder americano anunciou a saída dos Estados Unidos do acordo em 1º de junho passado, provocando reações negativas em toda comunidade internacional. A retirada, no entanto, não tem efeito imediato, devendo ser oficializada somente em novembro de 2020.

Após a conversa com Macron, Trump sugeriu que ainda pode mudar de ideia sobre a quebra do pacto. "Algo pode acontecer em relação ao Acordo de Paris", afirmou. "Vamos ver o que acontece. Falaremos sobre isso em breve. Se acontecer, será maravilhoso. Se não, tudo bem também."

Combate ao terrorismo

Outro tema também debatido – e já aguardado – entre ambos os líderes diz respeito aos esforços conjuntos para combater o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) no Oriente Médio.

Trump e Macron falaram à imprensa após reunião no Palácio do Eliseu
Trump e Macron falaram à imprensa após reunião no Palácio do EliseuFoto: Reuters/G. Fuentes

"Sobre a situação na Síria e no Iraque, concordamos em continuar trabalhando juntos, em particular no desenvolvimento de um roteiro para o período pós-guerra", disse Macron. "Pedimos aos nossos diplomatas que trabalhem nisso, então nas próximas semanas uma iniciativa concreta já deve ser tomada e gerenciada" para preparar o futuro desses países no Oriente Médio, acrescentou.

Trump, por sua vez, elogiou o comprometimento da França no combate ao terrorismo, um objetivo que, segundo ele, também é dos EUA. Disse ainda que o cessar-fogo posto em prática no sudoeste da Síria mostra que suas conversas com o presidente russo, Vladimir Putin, na semana passada, surtiram efeito.

"Ao manter um diálogo, conseguimos um cessar-fogo. Estamos trabalhando em prol de uma segunda trégua, numa região muito complicada da Síria", afirmou Trump. "Se conseguirmos isso e mais alguns, de repente, não haverá mais balas sendo disparadas na Síria. Seria algo maravilhoso."

Visita a Paris

O presidente americano chegou a Paris nesta quinta-feira e, antes da reunião com Macron, passou por pontos históricos da capital francesa, como o Palácio dos Inválidos, onde está localizado o túmulo de Napoleão Bonaparte. A mulher dele, Melania Trump, visitou a famosa catedral de Notre-Dame na companhia da primeira-dama francesa, Brigitte Macron.

A segurança em Paris foi reforçada para a visita de Trump, sendo dedicados para tal cerca de 11 mil policiais. Completa um ano, nesta sexta-feira, o ataque terrorista em Nice, no sul da França, que deixou 86 pessoas mortas durante comemorações do Dia da Bastilha. Na mesma data, os presidentes francês e americano participarão juntos do tradicional desfile da Festa Nacional francesa.

Mais cedo nesta quinta-feira, Macron havia se reunido com a chanceler federal alemã, Angela Merkel. Ambos defenderam, na ocasião, a necessidade de manter um diálogo estreito com o presidente americano, apesar das claras divergências registradas em temas como o clima.

EK/afp/ap/dpa/efe/rtr