Em visita ao México, Trump volta a defender muro
1 de setembro de 2016O candidato do Partido Republicano à Casa Branca, Donald Trump, manifestou nesta quarta-feira (31/08) seu "grande respeito" pelo povo do México, mas reiterou ao presidente do país, Enrique Peña Nieto, a necessidade de se construir um muro na fronteira comum para conter a imigração ilegal.
Em pronunciamento à imprensa na residência presidencial na Cidade do México, após uma reunião particular com Peña Nieto nesta quarta-feira, Trump disse ter insistido na construção de um muro de 3.200 quilômetros, mas que os dois políticos não chegaram a discutir quem pagaria por ele.
"Discutimos sobre o muro, não discutimos o financiamento do muro, ficará para depois. Esse foi um encontro preliminar, foi um excelente encontro", afirmou o magnata americano.
Mais tarde, porém, o porta-voz do governo mexicano, Eduardo Sanchez, disse à agência de notícias Reuters que o pagamento foi, sim, discutido durante a reunião, e que Peña Nieto negou que financiaria tal construção. Trump, anteriormente, chegou a dizer que faria o México pagar pela obra.
O candidato republicano mudou o tom de discursos anteriores – nos quais chegou a chamar de "estupradores" e "criminosos" os imigrantes ilegais que chegam do México – e disse sentir "um grande respeito pelos mexicano-americanos". "São pessoas sem reprovações, extraordinários trabalhadores e os respeito muito", disse, além de elogiar "seu amor pela família, por sua fé e pela comunidade".
Por sua vez, o presidente mexicano reiterou que os migrantes mexicanos são "honestos e trabalhadores" e, por isso, "merecem o respeito de todos". "A comunidade mexicana nos Estados Unidos contribui todos os dias com seu talento e trabalho para a prosperidade desse país", disse Peña Nieto, acrescentando que seu dever é defender os mexicanos onde quer que eles estejam.
Trump observou que os EUA e o México compartilham de "interesses comuns no que diz respeito à segurança, prosperidade e liberdade" e voltou a falar sobre a necessidade de desmantelar os cartéis de drogas e conter a imigração ilegal, incluindo a procedente da América Central.
O candidato alegou que essas atividades "colocam em risco as finanças e a segurança" de seu país, além de serem "um desastre em matéria humanitária", citando ainda "as perigosas travessias que são feitas pelos imigrantes" e os abusos constantes que eles sofrem para chegar aos Estados Unidos.
O presidente do México reconheceu que a imigração ilegal continua sendo um dos desafios da segurança nas fronteiras, citando, por exemplo, os "não mexicanos" que cruzam para o norte, em referência a cidadãos de países da América Central e outras regiões.
Sobre o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), Trump ressaltou perante Peña Nieto a necessidade de que ele seja revisado para "impedir a queda do emprego" em ambos os países.
"Os trabalhadores de nossas duas nações precisam de maneira desesperada de um aumento salarial. Temos que melhorar o mercado de trabalho trabalhando juntos", afirmou o empresário. O líder mexicano se mostrou aberto a revisar o tratado e "superar os mal-entendidos".
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