Embaixadora dos EUA na ONU condena ações russas na Ucrânia
3 de fevereiro de 2017A nova embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, condenou nesta quinta-feira (02/02) as "ações agressivas" da Rússia na Ucrânia. O gesto contraria as expectativas de que o governo do presidente Donald Trump aliviaria as sanções impostas contra Moscou.
"Essa escalada de violência precisa parar", disse a diplomata durante reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o conflito. "Os EUA estão ao lado da população da Ucrânia, que tem sofrido por quase três anos com a ocupação russa e a intervenção militar."
Haley afirmou que Washington vai manter as sanções impostas depois da anexação da Crimeia até que o controle da península seja retornado à Ucrânia.
A embaixadora acrescentou que os EUA querem melhorar as relações com a Rússia, mas isso não significa que o país não deva condenar "a terrível situação no Leste da Ucrânia".
Na quarta-feira, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, disse que um alívio das sanções internacionais iria "sustentar a agressão da Rússia contra a Ucrânia e colocar toda a Europa em perigo".
Ao menos 13 pessoas morreram numa nova escalada do conflito entre soldados ucranianos e rebeldes pró-russos nesta semana no leste da Ucrânia. Segundo a ONU, cerca de 10 mil pessoas foram mortas no conflito iniciado em 2014.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou as autoridades da Ucrânia de quererem intensificar as tensões para se aproximar de Trump, depois de terem apoiado a democrata Hillary Clinton durante a campanha presidencial americana. Putin ainda disse que o governo de Kiev não está disposto a cumprir os acordos de paz de Minsk e busca uma desculpa para conseguir a revogação.
Mudanças nas sanções
Nesta quinta, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos modificou as condições de venda de produtos informáticos à Rússia, incluindo isenções para o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), órgão encarregado de outorgar licenças para importações tecnológicas.
O anúncio gerou especulações de que a medida seria o princípio de uma progressiva suspensão das sanções econômicas ao país.
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, minimizou a importância da decisão, dizendo que se trata de um procedimento habitual. "É uma prática bastante comum do Departamento do Tesouro, depois que se tenham aplicado sanções, voltar e olhar se fazem falta ou não modificações específicas para o bem de diferentes setores, produtos e serviços", explicou.
Apesar de ter afirmado em várias ocasiões que consideraria retirar as sanções se Moscou colaborasse com Washington, Trump assegurou na sexta-feira passada que as sanções à Rússia devem prosseguir.
KG/dpa/ap/afp/efe