Emirados Árabes Unidos suspendem boicote a Israel
30 de agosto de 2020O presidente dos Emirados Árabes Unidos, Khalifa bin Zayed Al Nahyan, emitiu neste sábado (29/08) um decreto que encerra formalmente o boicote do país contra Israel, como parte de um acordo para normalizar as relações binacionais, intermediado pelos Estados Unidos.
Segundo a agência de notícias estatal emiradense WAM, o documento permite tanto que empresas de Israel façam negócios nos Emirados quanto o comércio de mercadorias israelenses.
"O decreto resulta dos esforços dos Emirados Árabes Unidos para expandirem a cooperação diplomática e comercial com Israel", prossegue a agência. Ele estabelece "um roteiro para o lançamento da cooperação conjunta, gerando relações bilaterais, estimulando o crescimento econômico e promovendo a inovação tecnológica".
Na segunda-feira, é esperado em Abu Dhabi o primeiro voo comercial direto da principal companhia aérea de Israel, El Al, transportando autoridades dos EUA e israelenses, incluindo o genro do presidente Donald Trump, Jared Kushner.
Anunciado em 13 de agosto, o acordo que abriu relações bilaterais exige que Israel suspenda a anexação terras reivindicadas pelos palestinos na Cisjordânia. Os Emirados Árabes Unidos tornaram-se, assim, a terceira nação árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel, depois do Egito e da Jordânia.
O atual decreto revoga formalmente uma lei dos Emirados Árabes Unidos de 1972, que refletia a postura básica das nações árabes, na época, de que o reconhecimento de Israel estaria subordinado a os palestinos terem um Estado independente próprio.
Apesar de persistir a desconfiança generalizada em relação aos israelenses, os Emirados Árabes Unidos nunca travaram uma guerra com Israel. Nos últimos anos, ambos mantiveram conversações tranquilas, que permitiram que israelenses com segundo passaporte entrassem no país árabe para comércio e negociações.
O xeique Khalifa sofreu um derrame em 24 de janeiro de 2014, sendo submetido a cirurgia de emergência, porém ainda mantém o título de presidente, Seu meio-irmão, o príncipe herdeiro Mohammed bin Zayed Al Nahyan, tem atuado desde então como governante.
AV/rtr,afp,lusa,dpa