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Empate deixa Seleção Alemã na corda bamba

Marcio Weichert19 de junho de 2004

Após a surpresa, a decepção. Festejado empate da Alemanha com a Holanda foi seguido por jogo sem gols com a Letônia, que participa pela primeira vez de uma Eurocopa. Fantasma de 2000 paira sobre vice-campeões mundiais.

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O alemão carioca Kuranyi (10) cabeceia à direita do goleiro KolinkoFoto: AP

A dois anos de sediar a próxima Copa do Mundo, a Alemanha corre o risco de repetir em Portugal o fracasso da Eurocopa 2000 e voltar para casa já após a primeira fase. Neste sábado, a Seleção Alemã não saiu de um empate (0x0) com a novata Letônia, diante de 22.344 espectadores no Estádio do Bessa, no Porto. Desde a final de 1996, quando foi campeã, a Alemanha não vence uma partida de Eurocopa.

Com apenas dois pontos (também empatou na estréia com a Holanda em 1 a 1), a equipe vice-campeã mundial enfrenta na rodada decisiva, na próxima quarta-feira, a República Tcheca, já classificada para as quartas-de-final. A Alemanha depende de si própria. Uma vitória e estará com sua vaga garantida. Caso empate, dependerá de um empate também entre Holanda e Letônia, que também ainda estão no páreo.

Conforme o esperado, o técnico Rudi Völler reforçou o ataque para a partida contra a Letônia, escalando Bobic para atuar ao lado do teuto-carioca Kuranyi. Mas, em vez de tirar Baumann, optou por poupar Nowotny, levemente contundido.

Jogo de paciência

Desde o início, seguindo instruções do técnico Rudi Völler, a Seleção Alemã não mostrou pressa em resolver o jogo. Deveria ter tentado logo, pois a princípio a Letônia também ousou atacar e deu espaço para o time alemão atuar. Não foram poucas as vezes que os alemães estiveram na entrada ou dentro da área letã, mas raras foram as reais chances de gol.

EM 2004 Lettland gegen Deutschland Fußballfan
Ir a Portugal ver sua seleção dar à Letônia seu primeiro ponto numa Eurocopa: programa de índio alemão...Foto: AP

Quem teve a melhor oportunidade nos primeiros 45 minutos foi o centroavante letão Verpakovskis. Ao receber no meio de campo, tirou um adversário da jogada e deixou outros três alemães para trás na corrida. Quando entrou na área, faltaram-lhe forças para chutar forte e a bola acabou defendida por Kahn. Este foi apenas um dos momentos em que a defesa alemã mostrou sua fragilidade. Com Baumann, a zaga revelou-se desentrosada e confusa.

Dez na defesa

Na segunda etapa, a Letônia fez o previsível. Fechou-se na retranca. E quanto mais o tempo passava, mais jogadores formavam a muralha na linha da área letã. A entrada de Schweinsteiger no lugar de Schneider e o deslocamento de Frings para a meia-direita fizeram a Alemanha aumentar de produção, mas não as chances de finalização.

Os chutes e cruzamentos de Frings foram presa fácil para o goleiro Kolinko. Kuranyi tentou dribles, mas havia letões demais em volta. De Ballack, pouco se viu, fora alguns chutes de meia distância no primeiro tempo. Schweinsteiger não encontrou espaço para as jogadas ousadas que fizera contra a Holanda. "Quem não faz gol, não pode vencer", resumiu Völler.

Do outro lado, cabia quase somente a Verpakovskis promover contra-ataques. E em dois deles, caiu na área. Na primeira vez, foi deslocado, quase agarrado por Baumann. Na segunda, Wörns acertou seu pé e o derrubou. O juiz inglês Michael Riley, que fez sua estréia numa Eurocopa, não marcou nada em ambos os lances. Sorte da Alemanha.