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Empresa alemã quer abrir fábrica de tanques na Ucrânia

4 de março de 2023

Fabricante de armas Rheinmetall diz que negociações com Kiev "são promissoras". Fábrica poderia produzir até 400 tanques anualmente. Custo para implantação seria de 200 milhões de euros.

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Dois tanques de guerra Panther. Em primeiro plano, a sombra de um soldado.
Modelo Panther foi apresentado em 2022 e é um dos sistemas de armas mais modernos do mundoFoto: Julian Stratenschulte/dpa

A empresa alemã de armamentos Rheinmetall quer construir uma fábrica de tanques na Ucrânia. Em entrevista ao jornal alemão  Rheinische Post, o presidente do conselho administrativo, Armin Papperger, disse que isso seria possível com 200 milhões de euros.

Na fábrica na Ucrânia poderiam ser produzidos anualmente até 400 tanques de batalha do tipo Panther. O local seria protegido contra os ataques russos com um sistema de defesa aérea. 

"A proteção antiaérea não seria difícil", afirmou. 

O modelo Panther foi apresentado em 2022 e é um dos sistemas de armas mais modernos do mundo. De acordo com vários relatos da mídia, ele ainda não foi usado por nenhum exército - e a Ucrânia seria o primeiro cliente.

Em uma mensagem no Telegram, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev ameaçou atirar em uma fábrica de tanques. 

"O evento será marcado com uma saudação adequada de Kalibr e outras pirotecnias", escreveu, referindo-se a mísseis de cruzeiro que são disparados principalmente de navios. 

A frota russa do Mar Negro usou esses mísseis intensivamente nos últimos meses para bombardear usinas ucranianas.

Negociações promissoras

Papperger já havia falado publicamente sobre os planos, mas agora anunciou que as negociações com o governo ucraniano são "promissoras". Ele espera uma decisão "nos próximos dois meses". 

Segundo Papperger, a Ucrânia precisa de 600 a 800 tanques para uma vitória. No entanto, para que esse número seja atingido, a construção de novos tanques teria que começar rapidamente. 

"Mesmo que a Alemanha cedesse todos os 300 tanques Leopard 2 disponíveis para a Bundeswehr [Forças Armadas Alemãs], isso ainda seria muito pouco", destacou. 

De acordo com dados da própria empresa, a Rheinmetall já disponibilizou até agora cerca de 250 tanques em conexão com a guerra na Ucrânia:

"Estamos trabalhando a todo vapor", disse Papperger. 

"Já colocamos em operação mais de 40 veículos de combate de infantaria Marder, e até o final do ano serão cerca de 100. Dos 50 Leopard 2 A4, cerca de 30 tanques estão prontos. Além disso, existem cerca de 100 modelos Leopard 1, mais antigos, dos quais podemos tornar 88 utilizáveis ​​novamente a partir da perspectiva atual."

Armin Papperger ao lado de um soldado armado. Ao fundo, dois tanques.
Armin Papperger (D) acredita que guerra provavelmente se estenderá por anosFoto: Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance

Guerra "provavelmente" longa

Papperger disse que "provavelmente a guerra vai durar anos". "Os aliados ocidentais estão enviando armas suficientes para a Ucrânia se defender, mas os ucranianos hoje não têm equipamento suficiente para retomar totalmente seu território", destacou.

Ele pondera que, embora a Rússia não tenha tantos recursos quanto o Ocidente, não consegue ver "que a liderança em torno de [Vladirmir] Putin esteja fazendo cortes em seu curso agressivo em relação à Ucrânia".

A Rheinmetall contratou 1,2 mil novos funcionários desde o início da guerra. A empresa tem cerca de 30 mil funcionários em todo o mundo, sendo aproximadamente metade deles na Alemanha.

O grupo de armamentos, que produz veículos militares, munições e sistemas de defesa aérea, entre outros, também cresce em outras regiões. Uma nova fábrica de munições está sendo construída na Hungria e a empresa está adquirindo um fabricante de munições na Espanha. Para os próximos anos, a Rheinmetall prevê um crescimento de vendas de 15% a 20% ao ano no setor militar.

O preço das ações da Rheinmetall quase dobrou desde o início da guerra na Ucrânia e a empresa vale quase 11 bilhões de euros na bolsa de valores. 

Na sexta-feira, a bolsa alemã anunciou que a fabricante de armamentos seria incluída no principal índice alemão, o Dax. 

le (ARD)