Empresa de Donald Trump é condenada por fraudes fiscais
7 de dezembro de 2022A empresa da família do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi condenada nesta terça-feira (06/12) por fraude fiscal, depois de lançar mão de esquemas fraudulentos para pagar menos impostos durante 15 anos.
As Organizações Trump são acusadas de contabilizar despesas pessoais de seus dirigentes como custos do negócio, e de pagar bônus para diretores como se fossem profissionais independentes contratados.
O promotor Joshua Steinglass afirmou durante o julgamento que "a miscelânea de benefícios foi projetada para manter seus altos executivos felizes e leais".
As Organizações Trump e outra entidade da família, a Trump Payroll Corp, foram consideradas culpadas de todas as acusações. "Este era um caso sobre ganância e trapaça", disso o promotor distrital de Manhattah, Alving Bragg, que atuou no caso.
Trump não foi acusado neste caso, embora ele e seus três filhos mais velhos sejam alvo de outro processo de fraude movido pela procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James.
O ex-presidente também é investigado por seu envolvimento na invasão do Congresso americano, em janeiro de 2021, quando tentou impedir a confirmação do resultado das eleições, após sua derrota para o democrata Joe Biden.
Além disso, ele é investigado pelo Departamento de Justiça dos EUA por ocultar em sua residência privada documentos confidenciais do governo, depois que deixou o cargo em janeiro de 2021.
Delação de ex-diretor
O fato de as empresas que levam seu nome terem sido condenadas poderá gerar danos graves à reputação do ex-presidente, que planeja concorrer novamente à Casa Branca em 2024.
As Organizações Trump, grupo que atua no ramo imobiliário e é proprietário de campos de golfe, hotéis e outros imóveis em todo o mundo, serão punidas com o pagamento de uma multa, cujo valor deverá ser definido no dia 13 de janeiro.
Os jurados aceitaram o argumento dos promotores de que as Organizações Trump – administradas pelos dois filhos mais velhos do ex-presidente, Eric e Donald Jr. – esconderam compensações milionárias pagas aos executivos da empresa entre 2005 e 2021.
A principal testemunha da acusação foi o ex-diretor-financeiro da empresa Allen Weisselberg, de 75, anos, que firmou um acordo judicial com os promotores. Em troca, sua condenação não poderá ser de mais de 5 meses na prisão.
Ao fechar o acordo com a promotoria, Weisselberg aceitou pagar 2 milhões de dólares em multas e compensações. O ex-diretor, que está de licença remunerada, testemunhou que recebeu mais de 1 milhão de dólares em pagamentos de salários e bônus este ano.
A defesa de Trump acusa Weisselberg de ser o responsável pelo esquema fraudulento e afirma que o ex-presidente não tinha conhecimento das ações de seu diretor.
rc (AFP, ots)