Empresas britânicas alertam que deixar a UE ameaça empregos
23 de fevereiro de 2016Os líderes de algumas das principais empresas do Reino Unido divulgaram nesta terça-feira (23/02) uma carta aberta na qual defendem a permanência na União Europeia (UE). Eles argumentaram que o chamado "Brexit" limitará o acesso das empresas ao mercado comum europeu e colocará a economia britânica em risco.
A carta aberta, publicada no diário britânico The Times, foi assinada por aproximadamente 200 líderes empresariais, incluindo os executivos de cerca de um terço das companhias listadas no índice FTSE-100, que reúne as maiores empresas no mercado de ações do Reino Unido.
"As empresas que lideramos representam cada setor e região do Reino Unido. Juntos, empregamos mais de 1 milhão de pessoas em todo o país", afirma a carta. Entre elas estão a Vodafone, a Easyjet, a O2 e a Marks & Spencer.
Diante do referendo sobre a permanência do Reino Unido numa União Europeia reformulada, marcado para 23 de junho, as empresas tentaram enviar um sinal contundente de que a permanência no bloco europeu é a melhor opção para a economia britânica.
"As empresas precisam de acesso irrestrito ao mercado europeu de 500 milhões de pessoas para continuar crescendo, investindo e gerando empregos", afirmaram os chefes. "Acreditamos que a saída da UE impedirá investimentos e ameaçará empregos. Isso colocará a economia em risco."
De fora
Os apoiadores da saída do Reino Unido da UE preferiram destacar que dois terços das empresas listadas no FTSE-100 não assinaram a carta.
Entre as ausências notáveis estão as cadeias de supermercados Tesco e Sainsbury. As duas companhias indicaram que não apoiarão qualquer campanha, tanto favorável como contrária ao "Brexit", acrescentando que a escolha de permanecer na UE ou não deve ser feita pela população britânica.
"Seja qual for a decisão, nosso foco continuará em servir os clientes", afirmou o Tesco, em comunicado. Segundo o jornal The Guardian, a cadeia de supermercados e outras empresas concluíram que apoiar a permanência na UE poderia afastar clientes que defendem o contrário.
Também ausentes estão dois dos principais bancos do Reino Unido: Lloyds e Barclays, que consideram qualquer envolvimento nessa campanha contrário às políticas das empresas.
PV/rtr/dpa