Energia solar em alta
8 de setembro de 2004As energias renováveis estão em alta na Alemanha, graças aos generoros subsídios e incentivos do governo. Apesar do clima temperado, com muita chuva e dias cinzentos, a Alemanha está realizando vultosos investimentos em energia solar.
As usinas solares, que estão sendo construídas em vários estados alemães, são cada vez maiores e mais refinadas. E cada uma dela orgulha-se de ser a "maior do mundo".
É o caso da usina solar de Espenhain, ao sul de Leipzig, inaugurada em 08/09 pelo ministro alemão do Meio Ambiente Jürgen Trittin (Partido Verde). Com um total de 33.500 coletores, é a maior usina solar fotovoltaica do mundo, capaz de gerar anualmente 5 megawatts (MW). Um megawatt equivale a um milhão de quilowatt/hora.
Esta capacidade de produção supera a da usina elétrica de Hemau, na Baviera, que ao entrar em operação em abril de 2003, gabava-se também de ser a maior do mundo (ver artigo da DW-ONLINE).
A usina de Espenhain é uma parceria da Shell alemã com a Geosol, uma empresa de Berlim, responsável pela sua operação. Foi construída em menos de um ano no terreno de uma antiga mina de carvão desativada. O projeto representa investimentos de 22 milhões de euros.
Seus módulos fotovoltaicos são de alto desempenho, capazes de trabalhar com altas tensões e produzir mais energia. A capacidade de geração de 5 MW é suficiente para abastecer cerca de 1.800 residências.
Do carvão à energia solar
Espenhain perderá brevemente o título de "maior usina de energia solar do mundo" para Göttelborn. Esta usina elétrica, que está sendo construída próximo a Saarbrücken, terá 50.000 módulos fotovoltaicos e capacidade de geração de 8,4 megawatts.
Assim como Espenhain, a instalação solar de Göttelborn ocupa o terreno de uma mina de carvão desativada em 2000. Isto prova a crescente importância das energias renováveis na Alemanha.
Com a ascenção ao poder do Partido Verde, parceiro da coalizão com os social-democratas, a política energética alemã tem estimulado a produção de energia eólica e solar através de significativas subvenções.
A Lei das Energias Renováveis garante um preço fixo de 45,7 centavos de euro por quilowatt/hora gerado pelas usinas solares e obriga as empresas distribuidoras de energia elétrica a comprá-la durante 20 anos.
Esta energia é vendida ao consumidor ao preço de 16 centavos de euro por quilowatt/hora. Entretanto, a lei permite também que as distribuidoras repassem o prejuízo da compra de energia solar no preço da energia vendida ao consumidor.
Ou seja: no final das contas, quem subvenciona mesmo as energias renováveis é o próprio consumidor, que acaba pagando mais caro pela eletricidade!