Equador declara emergência por chegada de venezuelanos
9 de agosto de 2018O Equador declarou nesta quarta-feira (08/08) estado de emergência institucional em três províncias devido ao grande número de migrantes venezuelanos que vêm cruzando a fronteira norte do país, com a Colômbia.
Segundo as autoridades equatorianas, foram registrados até 4.200 ingressos de venezuelanos no país nos últimos dias. Em meio à crise econômica e política que assola a Venezuela, cerca de 288 mil cidadãos do país chegaram ao Equador em 2017, cifra que provavelmente será superada este ano.
O governo disse ter declarado emergência nas províncias de Carchi, Pichincha e El Oro com o objetivo de "estabelecer um plano de contingência e as ações e mecanismos necessários para a atenção humanitária", coordenando o trabalho das diversas instituições do país.
Adotado pela primeira vez, o estado de emergência institucional deve ficar em vigor até o fim de agosto, com a possibilidade de ser prorrogado.
A medida deve acelerar o envio de médicos e assistentes sociais à fronteira, assim como de policiais para ajudar com procedimentos migratórios. Municípios da região disponibilizaram abrigos, roupas, alimentos e itens de higiene pessoal para os recém-chegados.
Segundo comunicado do governo, entidades internacionais, incluindo a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), devem auxiliar na assistência aos migrantes.
Nos últimos dias, temores de que o novo presidente colombiano, Iván Duque, que tomou posse na terça-feira, feche as fronteiras do país, intensificou o fluxo de venezuelanos chegando ao Equador em busca de um refúgio.
Há dias, a principal passagem de fronteira entre Colômbia e Equador, a ponte de Rumichaca, está completamente congestionada. Dali, parte dos migrantes rumam para a capital, Quito, e outras cidades do país em busca de trabalho. Outros seguem viagem até Peru, Chile e Argentina.
Nos últimos anos, milhares de pessoas deixaram a Venezuela em meio à grave crise econômica, ao desemprego e à escassez de alimentos e medicamentos no país governado por Nicolás Maduro. Dados do governo colombiano citados pela Acnur apontam que há mais de 870 mil venezuelanos na Colômbia.
No Brasil, estima-se que, em média, 500 venezuelanos entrem no país pela fronteira de Roraima todos os dias. O estado já recebeu cerca de 50 mil venezuelanos. Devido ao grande fluxo migratório, a fronteira chegou a ficar fechada por 17 horas nestas semana após a determinação de um juiz federal.
LPF/efe/rtr/dpa
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