Erdogan antecipa eleições na Turquia em mais de um ano
18 de abril de 2018O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta quarta-feira (18/04) a antecipação das eleições parlamentares e presidenciais do país em um ano e meio, para 24 de junho de 2018.
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A antecipação das eleições significa que a troca do sistema presidencialista pelo parlamentarista, aprovada num referendo constitucional, há um ano, vai entrar em vigor mais cedo do que o previsto. A mudança acaba com o cargo de primeiro-ministro e diminui os poderes do Parlamento.
A nova data significa também que a Turquia irá às urnas sob o estado de emergência imposto em 15 de julho de 2016, depois do golpe de Estado fracassado contra Erdogan. Também nesta quarta-feira, o Parlamento, que é dominado pelo partido de Erdogan, o AKP, aprovou a extensão do estado de emergência por mais três meses. Opositores de Erdogan acusam-no de antecipar as eleições para se beneficiar do estado de emergência.
Erdogan justificou a decisão com a guerra que conduz contra as milícias curdas no norte da Síria e com a necessidade de se tomar rapidamente decisões na área econômica.
"A mudança para um novo sistema de governo ganhou dramaticamente em urgência, para que decisões sobre o futuro do nosso país possam ser implementadas com grande força", afirmou.
Apesar de a oposição há tempos afirmar que Erdogan planejava antecipar as eleições, o governo sempre negara o plano e prometera realizá-las na data prevista, em 3 de novembro de 2019. "A comissão eleitoral deverá começar a prepará-las imediatamente", afirmou o chefe do Estado, após um encontro com Devlet Bahçeli, o líder do partido ultranacionalista MHP.
Nesta terça-feira, o partido no poder na Turquia já havia admitido antecipar as eleições após um apelo do seu aliado ultranacionalista para que elas ocorressem em agosto. Durante um discurso perante a sua bancada em Ancara, Bahçeli considerou que, nas condições atuais, seria impossível a Turquia esperar por 3 de novembro de 2019.
Bahçeli, de 70 anos, que já foi um crítico de Erdogan, é hoje um dos principais aliados do presidente turco, com quem fechou um acordo para disputar as próximas eleições.
AS/efe/lusa/ap/afp/dpa
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