Erfurt: Balas perdidas mataram os dois estudantes
28 de abril de 2002O atirador que matou 16 pessoas e se suicidou em seguida, num ginásio em Erfurt, no leste da Alemanha, estava mesmo à caça de professores, declarou o chefe da polícia local, Rainer Grube, em entrevista coletiva neste domingo (28). Segundo a descrição, ele abria as portas das salas, uma após a outra, e as fechava em seguida, se não houvesse nenhum professor dentro. Os estudantes de 14 e 15 anos mortos no tiroteio foram atingidos, ao que tudo indica, por balas perdidas que atravessaram as portas das classes.
Mentira –
Os pais do ex-estudante não sabiam que seu filho tinha sido expulso do ginásio há alguns meses, disse Grube. Ele continuou saindo de casa todos os dias dizendo que ia para a escola. Ainda na manhã da sexta-feira (26), dia da chacina, despediu-se dizendo que ia fazer uma prova.Levou numa sacola as armas e as munições e só colocou o capuz quando já estava na escola. A hipótese de que teria um cúmplice foi agora descartada pela polícia.
Professor é um herói –
O professor de História Rainer Heise, que conseguiu deter o assassino e impedir que ele matasse mais pessoas ainda, é "um herói" para a presidente do grêmio estudantil, Michaela Seidel, 18 anos. Ela disse ainda que, independente do que aconteceu agora, sempre o considerou uma "pessoa especial" pelo seu jeito de lidar com os alunos. Com relação ao criminoso, ela diz não sentir nada, "nem ódio, nem compaixão".Escola não é prisão –
Michaela rejeita medidas especiais de segurança na escola, após a ocorrência, tais como controles com detetores de metal. "Nós nos sentiríamos então como criminosos. Escola é escola, prisão é prisão. Não dá para combinar as duas coisas", completou.Tanto os estudantes como os pais são também contra a criação de um memorial no local da chacina. Querem que a escola volte à normalidade o mais rapidamente possível. Na semana que vem, porém, o ginásio vai permanecer fechado. Os alunos terão aulas em outras escolas da cidade.