Esforços para lidar com migrantes sobrecarregam a Europa
2 de setembro de 2015A atual crise migratória exige esforços das autoridades em diversos países europeus, que trabalham para conter e dar assistência ao grande fluxo de refugiados que chegam de países como Síria, Iraque e Afeganistão em busca de abrigo.
Na Hungria, centenas de refugiados protestaram nesta quarta-feira (02/09) em frente à estação ferroviária de Budapeste, exigindo a liberação do acesso aos trens que partem para a Alemanha, bloqueado pela polícia pelo segundo dia consecutivo.
Cerca de 3 mil migrantes, entre estes muitas famílias, aguardam na praça em frente à estação. Um porta-voz do governo húngaro afirmou que o acesso aos trens deverá obedecer às diretrizes da União Europeia. "No território da UE, os migrantes ilegais podem viajar apenas com documentos válidos", observou. "Um bilhete de trem não sobrepõe as regulamentações da UE."
A polícia da Hungria informou que irá reforçar o bloqueio ao terminal, e que, juntamente com as polícias da Alemanha, Áustria e Eslováquia, realiza buscas por migrantes que viajam ilegalmente em outros trens. As autoridades sustentam que as medidas de segurança são compatíveis com as regras da zona de livre trânsito da UE.
Bloqueio no Eurotúnel
Os esforços continuam em várias partes da Europa. Na França, as autoridades paralisaram o serviço de trens no Eurotúnel durante a madrugada, após relatos de migrantes que corriam sobre os trilhos e tentavam subir em cima de trens.
Passageiros que viajavam de Paris a Londres contam que pessoas que tentavam invadir o trem danificaram equipamentos de segurança contra incêndio. Alguns afirmaram ter visto pessoas correndo sobre o teto de um trem próximo a Calais. Na manhã desta quarta-feira, autoridades francesas informaram que o tráfego ferroviário no Eurotúnel pôde ser normalizado.
Na Grécia, milhares de refugiados chegaram das ilhas Lesbos e Egeias à parte continental do país. Uma autoridade da Guarda Costeira informou que em torno de 4,2 mil refugiados desembarcaram durante a noite no porto de Piraeus, próximo a Atenas, de balsas provenientes das ilhas, que sofrem o impacto do grande número de migrantes que chegam da Turquia.
Trabalhadores de organizações internacionais de ajuda humanitária nas ilhas afirmam que 80% dos refugiados são provenientes da Síria.
RC/dpa/rtr/ap