Espanha goleia frágil Taiti em jogo repleto de recordes
20 de junho de 2013Finalmente, 63 anos depois, a Espanha conseguiu limpar a imagem deixada pela derrota humilhante por 6 a 1 para o Brasil em pleno Maracanã. É bem verdade que o adversário da Fúria, nesta quinta-feira (20/06), foi a equipe praticamente amadora do Taiti, mas a campeã mundial passou por algumas dificuldades, principalmente nos primeiros 30 minutos de jogo, para furar a retranca do 138º do ranking da Fifa. Mas no final, foi um passeio espanhol: 10 a 0, sem muito esforço e com a equipe reserva.
O confronto entre Espanha e Taiti foi marcado pela quebra de recordes. A seleção do país insular foi a primeira equipe fora dos continentes europeu e americano a pisar no gramado do Maracanã. O confronto também marcou o primeiro jogo do Taiti contra uma seleção europeia, e logo contra o atual campeão mundial e da Eurocopa. E o resultado igualou a pior derrota da história do Taiti – que, em 2004, perdera por 10 a 0 para a Nova Zelândia.
Já pelo lado espanhol, Fernando Torres foi o primeiro jogador não brasileiro a marcar três gols no Maracanã e, de quebra, se tornou, ao lado do brasileiro Ademir, atleta dos anos 50, o único a marcar quatro gols no estádio. Torres e David Villa, que marcou três vezes, fizeram o primeiro duplo hat-trick da história do Maracanã.
A Espanha cravou, ainda, a maior goleada da história da Copa das Confederações, recorde que pertencia ao Brasil, e é a seleção nacional que mais gols marcou em uma partida no Maracanã. E, para coroar, os 10 a 0 foram a maior goleada da história de todas as competições organizadas pela Fifa.
Começo inusitado
A partida histórica no Maracanã começou de maneira inusitada. Logo na saída de bola, o Taiti deu um chutão direto para a linha lateral. E, como não podia ser diferente, todos os 11 jogadores do Taiti se plantaram atrás da linha da bola e tentaram armar uma fortaleza na entrada da área. Mas não demorou muito para que ficasse claro que a partida no Maracanã seria uma batalha entre o Davi e o Golias do futebol.
O zero no placar taitiano durou apenas quatro minutos. Fernando Torres entrou sem maiores problemas em diagonal na área taitiana e praticamente recuou a bola junto à trave direita. O goleiro Roche literalmente deitou no gramado, permitindo que a bola, lentamente, rolasse para dentro do gol.
O Taiti mostrou bravura e manteve o 1 a 0 até os 32 minutos do primeiro tempo. Neste meio tempo, os campeões da Oceania chegaram a possuir 39% de posse bola – uma façanha diante da Espanha, mesmo com Del Bosque tendo escalado os reservas.
Visivelmente incomodados em campo, os espanhóis pisaram no acelerador e ampliaram para 4 a 0 em questão de seis minutos. Aos 32, David Villa achou David Silva na área, e ele só teve o trabalho de tocar na saída de Roche. No minuto seguinte, Fernando Torres foi lançado por Silva, driblou o goleiro e rolou para o gol vazio. E, aos 38, finalmente David Villa também conseguiu marcar o seu, depois de roubada de bola de David Silva.
Vira quatro, acaba dez
No intervalo de jogo, o treinador Vicente del Bosque substituiu o único titular. Mesmo com a ída de Sérgio Ramos, a Espanha continuou em cima dos taitianos. Aos três minutos do segundo tempo, David Villa aproveitou cruzamento de Nacho Monreal e tocou entre as pernas do goleiro Roche.
Aos 11 minutos, Fernando Torres marcou o seu terceiro no jogo e consolidou-se assim como o primeiro jogador não brasileiro a fazer um hat-trick em partidas entre seleções nacionais. Além disso, Torres é agora o único jogador a alcançar dois hat-tricks em toda a história da Copa das Confederações – seu primeiro foi em 2009, contra a Nova Zelândia.
David Villa não queria ficar atrás e, aos 18 minutos, também marcou o seu terceiro gol, após falha bizarra do goleiro Roche, que deixou a bola escapar sozinho. O goleiro do Taiti ficou deitado no gramado, inconsolável, e foi aplaudido pelo Maracanã inteiro quando consolado por Torres.
Aos 20, Juan Mata marcou o oitavo. E, antes de marcar o nono gol espanhol, Torres chegou a perder um pênalti, chutando no travessão.
Aos 43 minutos, David Silva aumentou o placar para dois dígitos: 10 a 0. Para a festa dos espanhóis? Não, dos taitianos, que, com o apito final, foram aplaudidos de pé pela torcida. Do Maracanã, os espanhóis levaram recordes, mas os taitianos, a lembrança de terem jogado na presença de cerca de 70 mil torcedores, contra a campeã do mundo, num dos maiores templos do futebol.
Ficha técnica
Local: Maracanã – Rio de Janeiro
Gols: Fernando Torres (4min e 33min do primeiro tempo e 11min e 32 min dos segundo tempo), David Villa (38min do primeiro tempo e 3min e 18min dos segundo tempo), David Silva (32min do primeiro tempo e 43min do segundo tempo) e Juan Mata (20min do segundo tempo)
Cartões amarelos: Santi Cazorla (Espanha)
Arbitragem: Djamel Haimoudi (Argélia), auxiliado por Abdelhak Etchiali (Argélia) e Redouane Achik (Marrocos).
Espanha: Pepe Reina, César Azpilicueta, Raúl Albiol, Sérgio Ramos (Jesús Navas) e Nacho Monreal; Santiago Cazorla (Andrés Iniesta), Javi Martínez, Juan Mata (Cesc Fàbregas) e David Silva; David Villa e Fernando Torres.
Técnico: Vicente del Bosque
Taiti: Mikaël Roche; Ricky Aitamai, Jonathan Tehau, Teheivarri Ludivion, Nicolas Vallar e Edson Lemaire (Yannick Vero); Henri Caroine, Heimano Bourebare (Lorenzo Tehau), Marama Vahirua e Alvin Tehau (Teaonui Tehau); Steevy Chong Hue.
Técnico: Eddy Etaeta