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Especialistas estrangeiros desempregados

(pc)20 de junho de 2003

O programa "green card", lançado em agosto de 2000, atraiu 14.000 especialistas estrangeiros em tecnologia da informação (TI) à Alemanha. Com a crise no setor, alguns estão hoje desempregados.

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Desempregados na sala de espera do Departamento de Trabalho: um mesmo destino para alemães e estrangeirosFoto: AP

Um estudo do Departamento Federal do Trabalho (Arbeitsamt), realizado na região de Munique, capital da Baviera, mostrou que sete por cento dos 1500 especialistas estrangeiros que aí receberam o "green card" registraram-se como desempregados. Um quinto deles perdeu seu emprego logo no primeiro ano que chegou à Alemanha.

Embora a pesquisa tenha se limitado a Munique, acredita-se que o desemprego afete também outras regiões da Alemanha. Além disso, muito estrangeiros, apesar de terem perdido seu emprego, não se registraram no Arbeitsamt para receber o seguro-desemprego.

O boom e a recessão

A idéia de trazer especialistas em informática e telecomunicações surgiu no final da década de 90, em pleno boom do setor de tecnologia. A iniciativa do governo federal visava sobretudo a mão-de-obra altamente qualificada de países como a Índia e do Leste Europeu.

Em agosto de 2000, quando foram concedidas os primeiros "green cards", as bolsas de valores já estavam despencando. O mercado de trabalho da Alemanha vem sentido desde então os efeitos da crise. Há atualmente quase 4,5 milhões de desempregados e a economia alemã encontra-se oficialmente em recessão.

Obstáculos à imigração

Desde o início, o programa "green card" foi criticado pela oposição dos partidos cristãos (CDU/CSU). Eles argumentam que a Alemanha possui mão-de-obra altamente qualificada em informática e tecnologia e que é necessário desenvolver uma política global de imigração.

O deputado Wolfgang Bosbach, especialista em imigração da bancada da CDU/CSU, diz, por exemplo, que não faz sentido limitar a vinda de especialistas ao setor de TI, enquanto outras áreas econômicas precisam urgentemente de mão-de-obra qualificada.

Por outro lado, afirma Bosbach, as perspectivas oferecidas aos imigrantes para viver na Alemanha são muito limitadas. O nome "green card" é na verdade um engano, pois não tem nada a ver com o "green card" americano.

De fato, o "green card" alemão tem muitas desvantagens. O imigrante só consegue um visto de cinco anos e as possibilidades de ficar no país são mínimas, ao contrário dos Estados Unidos.

Os imigrantes asiáticos, de pele escura, têm muito medo de preconceitos e ataques xenófobos. A língua alemã é também um obstáculo e, finalmente, os salários no país são mais baixos que nos Estados Unidos.