Segurança em Vancouver
12 de fevereiro de 2010O cenário não parece exatamente de jogos olímpicos: helicópteros de combate circulando por Vancouver, botes de segurança em patrulha, grades e barreiras pela cidade, câmeras de vigilância por toda a parte. Esse é o esquema de segurança dos Jogos Olímpicos de Inverno, que começa nesta sexta-feira (12/02), no Canadá.
Serão 17 dias de evento esportivo, que vão reunir 5.500 atletas representando 80 países diferentes. Vancouver deve receber 75 milhões de visitantes – além de 3 bilhões de telespectadores.
Para que tudo ocorra como o previsto, o serviço secreto de informações trabalha dia e noite – 15 mil homens estão a postos entre policiais, soldados e seguranças privados.
Bud Mercer, chefe de segurança dos jogos, explica que a preparação começou no início de janeiro. "Procuramos lidar com todos os tipos possíveis de perigo e desde então o controle de acesso está vigorando." Até uma simulação de atentando terrorista com armas de destruição de massa esteve em teste.
O Canadá gastou quase um bilhão de dólares em segurança nos Jogos de Inverno – praticamente seis vezes mais do que o planejado originalmente.
Ataque e protesto
André Gualy Matos, especialista em segurança da Universidade de Simon-Fraser, em Vancouver, avalia o esquema como parcialmente seguro. "Eles estão preparados tanto para desobediência civil, como para uma ameaça terrorista, podendo impedir que manifestantes atrapalhem os jogos. O modelo antiterror, em contraste, é dos anos 1970, quando os autores do atentado tentavam escapar depois do ato. Os ataques suicidas de hoje mal podem ser prevenidos."
A cerimônia de abertura, que será na noite desta sexta-feira (12/02), deverá ser marcada por protestos. Estima-se que até 1.500 manifestantes saiam às ruas. Aliás, vários críticos foram impedidos de entrar no Canadá.
"Mas há limites numa sociedade livre, e Vancouver não pode se transformar num Estado policial. E já agora os direitos civis estão limitados devido às muitas câmeras de vigilância e à interdição das ruas. Mas isso não intimidaria os terroristas", avalia Matos.
Apesar de todos os cuidados, o especialista não acredita que os Jogos Olímpicos de Inverno sofram de fato uma ameaça terrorista – o que teria uma reação internacional muito negativa.
"Nós recebemos e-mails semanais com especulações e suspeitas, mas não há nada plausível e não sabemos de nenhum plano de atentado", conforta o chefe de segurança Bud Mercer.
Frank Aischmann / Nádia Pontes
Revisão: Simone Lopes