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"Estado Islâmico" aceita lealdade do Boko Haram

13 de março de 2015

Segundo áudio atribuído a jihadistas, EI confirma "expansão do califado" à África Ocidental, uma semana após grupo terrorista nigeriano declarar seu apoio. Ambos estão sob forte pressão militar internacional.

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Abu Bakr al-Baghdadi
Foto: picture alliance/AP Photo

Os jihadistas do "Estado Islâmico" aceitaram a declaração de lealdade feita pelo grupo fundamentalista nigeriano Boko Haram há uma semana, segundo discurso atribuído a Abu Mohamed al-Adnani, porta-voz do EI, e divulgado nas redes sociais na quinta-feira (12/03).

"Nosso califa, que Deus o abençoe, aceitou o compromisso de lealdade de nossos irmãos do Boko Haram, então saudamos muçulmanos e nossos irmãos da Jihad na África Ocidental", diz Adnanina gravação. No discurso de cerca de 30 minutos, ele pede ainda aos muçulmanos "que viajem para a África Ocidental para se juntar aos irmãos combatentes".

A declaração de lealdade aos jihadistas do EI foi divulgada no sábado passado pelo Boko Haram via Twitter. "Nós anunciamos nossa lealdade ao califa dos muçulmanos [...] e vamos escutar e obedecer em tempos de dificuldade e de prosperidade", diz a mensagem de áudio atribuída ao líder dos terroristas nigerianos, Abubakar Shekau.

A aproximação dos dois grupos terroristas ocorre em um momento em que ambos se encontram sob forte pressão militar. O EI tomou boa parte do norte e oeste do Iraque no meio do ano passado e chegou a controlar um terço do território tanto do Iraque quanto da Síria.

Agora, os jihadistas enfrentam forças iraquianas que buscam a retomada, entre outras áreas, da importante cidade de Tikrit. Os terroristas também estão sob intensos bombardeios aéreos em diversas regiões da Síria e do Iraque lançados pelas forças aliadas, lideradas pelos Estados Unidos.

O Boko Haram também vem sendo enfraquecido por uma força multinacional que vem combatendo os fundamentalistas em várias áreas cidades da Nigéria, no nordeste do país.

No discurso divulgado na quinta-feira, porém, Adnani garantiu que as vitórias proclamadas pela aliança internacional "nada mais são do que vitórias ilusórias, que consistem na reconquista de pequenas porções de terra no Iraque".

"Nosso califado está resistindo e avançando no caminho certo e com passos seguros", disse o extremista.

MSB/lusa/ap