"Estado Islâmico" corta salários de jihadistas pela metade
19 de janeiro de 2016O grupo extremista Estado Islâmico (EI) anunciou que vai reduzir pela metade os salários dos seus membros na Síria e no Iraque, revelou nesta terça-feira (19/01) o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma ONG baseada em Londres.
O grupo de monitoramento, que mantém uma rede de informantes por toda a Síria, divulgou o que afirma ser uma declaração na qual a organização extremista anuncia os cortes salariais. "Devido às circunstâncias excepcionais que o Estado Islâmico enfrenta, foi decidido cortar os salários dos mujahedeen pela metade", lê-se no comunicado em árabe, que acrescenta que a decisão vale para todos os jihadistas, independentemente da posição que ocupem.
A nota afirma ainda que a distribuição de ajuda alimentar continuará acontecendo duas vezes por mês, como de costume.
Segundo o ativista Rami Abdel Rahman, que coordena o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, o corte significa que os combatentes sírios da organização vão ver seus salários serem reduzidos de 400 para 200 dólares mensais, enquanto os combatentes estrangeiros, que ganham o dobro, passarão a receber 400 dólares em vez dos anteriores 800.
O grupo extremista, que em junho de 2014 proclamou um califado nas zonas sob seu controle no Iraque e na Síria, esforça-se por manter um Estado em funcionamento, com instituições governamentais, hospitais e escolas e pagamento de impostos.
A piora na situação financeira pode ser resultante da intensificação dos ataques aéreos às suas infraestruturas petrolíferas na Síria e no Iraque, uma vez que a coligação liderada pelos Estados Unidos bombardeia instalações da organização em ambos os países, enquanto a Rússia ataca os jihadistas na Síria.
AS/afp/lusa