Estados dos EUA lançam investigação antitruste contra Google
10 de setembro de 2019Procuradores-gerais de 50 estados e territórios dos Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (09/09) o início de uma grande investigação contra a Google, suspeito de violar as leis antimonopólio do país.
A meta é apurar se as práticas de publicidade digital da gigante da internet violam as leis sobre concorrência. Uma das acusações contra a empresa é que o serviço de buscas, o mais usado em todo o mundo, privilegia os produtos da própria Google em detrimento de outros.
"É um tema muito importante da nossa era. Muitos consumidores acreditam que a internet é livre, mas aprendemos que não é assim. A Google é uma empresa que domina todos os aspectos da publicidade", afirmou em entrevista coletiva realizada na escadaria da Suprema Corte, em Washington, o procurador-geral do Texas, Ken Paxton, que lidera o grupo.
Os únicos dois estados que não participam da investigação são a Califórnia, onde fica a sede da empresa, e o Alabama.
"É importante que descubramos mais sobre as informações que estamos revelando e os preços que estamos pagando", sublinhou o procurador-geral da Flórida, Ashley Moody, na mesma entrevista. "Apesar de democratas e republicanos serem de diferentes partidos, temos a responsabilidade de proteger os cidadãos de nossos estados", afirmou.
A investigação antitruste sobre a Google, liderada pelo Texas e anunciada nesta segunda-feira, se segue a outra investigação antitruste sobre o domínio do Facebook no mercado, revelada na última sexta-feira.
Em nível federal, o Departamento de Justiça e a Comissão Federal de Comércio (FTC) estão investigando Facebook, Apple e Amazon por violações da lei antimonopólio.
Na sexta-feira passada, a Google também disse que tinha recebido uma intimação em um processo civil do Departamento de Justiça. O Subcomitê Judiciário do Congresso americano também realiza inquéritos semelhantes sobre as gigantes da tecnologia.
"Esperamos receber no futuro processos similares aos dos procuradores-gerais estaduais. Continuamos cooperando com o Departamento de Justiça, as agências de regulação federais e estaduais nos Estados Unidos, e também em todo o mundo", disse a Google.
Na semana passada, outra coalizão de procuradores abriu uma investigação sobre o Facebook. Eles querem descobrir se a empresa colocou dados de seus usuários em risco e se também violou as leis antimonopólio.
Na quarta-feira passada, o FTC impôs multas no valor de 170 milhões de dólares ao YouTube, plataforma de vídeos da Google, por coletar ilegalmente dados pessoais de crianças sem o consentimento dos pais.
O Facebook pagou no mês passado 5 bilhões de dólares como parte de um acordo com a FTC por acusações de violação de privacidade, por a empresa ter compartilhado dados de 87 milhões de usuários com a agência de consultoria política britânica Cambridge Analytica, cujos clientes incluíam a campanha presidencial de Trump em 2016.
MD/efe/rtr/ap/afp
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