"Estamos a um passo de um golpe de Estado", diz Dilma
29 de agosto de 2016A presidente afastada Dilma Rousseff falou nesta segunda-feira (29/08) ao Senado, em seu último ato antes da sessão final do julgamento que, segundo previsões, deve selar seu afastamento definitivo do cargo.
Dilma reiterou que sempre seguiu a Constituição do Brasil, que luta pela democracia e que não cometeu nenhum crime de responsabilidade. "Jamais haverá justiça na minha condenação", afirmou no Senado.
A presidente afastada lembrou também os tempos da ditadura militar, quando sofreu tortura, e usou repetidas vezes o termo golpe. "Estamos a um passo de uma grave ruptura institucional. Estamos a um passo da concretização de um verdadeiro golpe de Estado", afirmou.
Dilma apresentou sua defesa da acusação de crime de responsabilidade. Inicialmente, ela não queria ir ao Senado, mas foi convencida por aliados de que era uma oportunidade de defender sua gestão. O plenário permaneceu o tempo todo lotado e em silêncio.
O depoimento encerrou a fase de instrução do processo de impeachment. Depois, o julgamento passa à etapa final – com os debates entre acusação e defesa; declarações dos senadores; e a votação, marcada para terça-feira.
A última votação no plenário do Senado, em 10 de agosto, terminou com 59 votos favoráveis ao impedimento de Dilma e 21 contrários, levando a presidente a julgamento. São necessários 54 votos entre os 81 senadores para que a petista seja afastada definitivamente, e as estimativas da imprensa local são de que a oposição tem apoio mais do que suficiente.
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TRANSMISSÃO ENCERRADA
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10h47 - Confira aqui o discurso na íntegra da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado.
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10h45 - A presidente afastada Dilma Rousseff encerrou seu discurso de defesa no Senado. Agora, senadores terão cinco minutos para fazer perguntas.
Aqui a lista dos senadores que farão perguntas:
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10h41 - "Peço: votem contra o impeachment; votem pela democracia", diz Dilma Rousseff, finalizando seu discurso de defesa no Senado.
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10h40 - "As acusações dirigidas contra mim são injustas. Cassar em definitivo meu mandato é como me submeter à pena de morte política", diz. "Faço um apelo final a todos os senadores: não aceitem um golpe que, em vez de solucionar, agravará a crise brasileira."
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10h38 - "Diálogo, participação e voto direito e livre são as melhores armas que temos para a preservação da democracia", diz. "Confio que as senhoras senadoras e os senhores senadores farão justiça. Tenho a consciência tranquila."
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10h35 - "Me perguntaram porque eu não renunciava. Jamais o faria porque tenho compromisso inarredável com o Estado Democrático de Direito. Jamais o faria porque nunca renuncio à luta. Traição, agressões e preconceito assombraram. Mas foram sempre superados pela solidariedade e disposição de luta de milhões"
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10h32 - "Este processo [de impeachment] está marcado por um clamoroso desvio de poder, que explica absoluta fragilidade das acusações dirigidas contra mim", diz. "Jamais haverá justiça na minha condenação."
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10h28 - "Querem me condenar por ter assinado decretos que atendiam demandas de diversos órgãos, inclusive do próprio Poder Judiciário?", indaga Dilma.
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10h27 - "Estamos a um passo de uma grave ruptura institucional. Estamos a um passo da concretização de um verdadeiro golpe de Estado. Ao editar decretos de crédito suplementar, agi em conformidade com a legislação vigente. O Congresso não foi desrespeitado", garante Dilma.
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10h25 - "Serei julgada por crime que não cometi, antes do julgamento daquel que é acusado de ter praticado gravíssimos atos ilícitos", diz Dilma, mencionando o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
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10h24 - "Quem se acumplicia ao imoral e ao ilícito, não tem respeitabilidade para governar o Brasil. Quem age para poupar ou adiar o julgamento de uma pessoa que é acusada de desviar milhões de reais dos cofres públicos, cedo ou tarde, acabará pagando perante a sociedade e a história o preço do seu descompromisso com a ética", afirma Dilma.
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10h22 - "Arquitetaram minha destituição, independentemente da existência de fatos que pudessem justificá-la perante a nossa Constituição. Contrarirei interesses. Por isso, paguei e pago um elevado preço pessoal pela postura que tive. Nunca aceitei na minha vida ameaças ou chantagens. Se eu tivesse me acumpliciado com o que há de pior na política eu não correria o risco de ser condenada injustamente."
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10h19 - "Queriam aproveitar a crise porque sabiam que, assim que o governo viesse a superá-la, sua aspiração de poder haveria de ficar sepultada"
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10h16 - "Nesse ambiente de turbulências, o risco político acabou sendo um elemento central para o aprofundamento da crise econômica", afirma. "Sem essas ações, o brasil certamente estaria hoje em uma situação melhor na política, economia e fiscal."
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10h14 - "A verdade é que o resultado eleitoral de 2014 foi um rude golpe em setores da elite conservadora brasileira", afirma Dilma. "Como é próprio das elites autoritárias, não viam na vontade do povo o elemento legitimador. Queriam o poder a qualquer preço. Não se procurou discutir e aprovar a melhor proposta para o país. O que se pretendeu foi a afirmação do 'quanto pior melhor'."
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10h12 - "Nas eleições, o programa vencedor não foi este agora desenhado pelo governo interino e defendido pelos acusadores. O que pretende o governo itnerino, se transmudado em efetivo, é um verdadeiro ataque às conquistas dos últimos anos", afirma.
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10h09 - "O que está em jogo no impeachment não é apenas o meu mandato. É o respeito às urnas, à vontade do povo e à Constituição", diz Dilma. "O que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos; os ganhos da população, das pessoas mais pobres e da classe média. O que está em jogo é a conquista da estabilidade, que busca o equilíbrio fiscal mas não abre mão de programas sociais."
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10h07 - "As provas deixam claro que as acusações contra mim dirigidas não passam de pretextos, embasados por frágil retórica jurídica. São pretextos para derrubar, por meio de um processo de impeachment sem crime de responsabilidade, um governo legítimo. O governo de uma mulher que ousou ganhar duas eleições presidenciais. São pretextos para viabilizar um golpe na Constituição", afirma.
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10h04 - "Hoje o Brasil, o mundo e a história nos observam e aguardam o desfecho deste processo de impeachment", diz Dilma.
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10h03 - "Por ter a consciência tranquila em relação ao que fiz na presidência, que venha pessoalmente à presença dos que me julgarão", afirma Dilma.
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10h01 - "Luto pela democracia, pela verdade e pela justiça. Luto pelo povo do meu país, pelo seu bem-estar", diz.
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9h58 - Dilma relembra os tempos da ditadura e cita marcas em seu corpo sofridas durante a repreensão militar.
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9h56 - Dilma lembra que foi eleita pelo povo brasileiro e que sempre seguiu a Constituição do Brasil. "Sempre vi na Constituição de 1988 uma das grandes conquistas do nosso povo. Jamais atentaria contra aquilo que acredito ou praticaria atos contra àqueles que me elegeram", diz.
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9h53 - Dilma Rousseff inicia seu discurso de defesa.
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9h45 - Dilma Rousseff entra no plenário. Renan Calheiros conduziu a presidente afastada até a mesa.
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9h43 - A sessão foi aberta. Dilma Rousseff deve entrar no plenário a qualquer momento.
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9h33 - O senador Paulo Paim (PT-RS) deu entrevista à TV Senado visivelmente emocionado e descreveu seu encontro com Dilma Rousseff, assim que a presidente afastada chegou ao Senado. "Abracei ela, nós nos abraçamos. Levantei o braço dela. Dilma representa a democracia", disse.
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9h28 - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que Dilma será tratada com o máximo respeito, mas que a palavra "golpe" não será aceito no plenário, pois seria uma falta de respeito com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski.
"Queremos que ela preste contas nao somente ao tribunal, mas à história. A presidente terá a oportunidade de demonstrar que não cometeu crime algum, o que acho difícil", disse o ex-candidato à presidência.
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9h20 - A expectativa é de que a o depoimento dure todo o dia e se estenda até parte da noite.
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9h17 - Após o discurso de 30 minutos de Dilma Rousseff, a primeira pergunta será feita pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO).
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9h14 - O depoimento de Dilma será acompanhado no plenário por cerca de 30 convidados dela. Além de Lula, estarão presentes o presidente do PT, Rui Falcão, do PDT, Carlos Lupi, vários ex-ministros do governo, assessores e outras pessoas próximas.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocou à disposição da acusação de Dilma o mesmo número de cadeiras que disponibilizou à petista.
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9h10 - Dilma chegou ao Senado acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ex-ministros. Na chegada, ela recebeu flores de aliados.
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8h20 - O tempo de resposta de Dilma é livre e não será permitida réplica e tréplica. Dilma também poderá deixar de responder às indagações dos parlamentares. Mais da metade dos 81 senadores já se inscreveram para questionar Dilma Rousseff.
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8h14 - Depois da fala de Dilma, terão início os questionamentos dos senadores. Cada parlamentar terá até cinco minutos para fazer perguntas.
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8h10 - Dilma terá 30 minutos para fazer um pronunciamento, começando às 9h, mas não será interrompida se estourar esse tempo.