Estudo liga uso materno de celular à hiperatividade infantil
21 de abril de 2017Grávidas que utilizam o celular com mais frequência têm uma probabilidade maior de gerar um filho com hiperatividade e falta de atenção, revelou um estudo do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal). A pesquisa é mais abrangente realizada sobre o comportamento de gestantes.
O estudo constatou que o uso de celular com uma frequência de média a alta por gestantes aumenta as chances de a crianças desenvolver problemas de conduta, especialmente hiperatividade, falta de atenção e dificuldades emocionais.
Segundo o estudo divulgado nesta terça-feira (19/04), as mães que não usaram celular durante a gravidez tiveram filhos com menos problemas gerais de conduta. Quase 84 mil mães e filhos da Espanha, Dinamarca, Coreia do Sul, Holanda e Noruega participaram da pesquisa.
No total, 39% das mães que não usaram o celular durante a gravidez – a maioria do grupo dinamarquesas – foram recrutadas antes para o estudo – entre 1996 e 2002 –, um tempo no qual o aparelho não era muito utilizado. Outras 29% das mães usaram pouco o celular, 27% tiveram um uso médio, e 5,7% foram classificadas como usuárias com uma frequência alta.
Laura Birks, pesquisadora de ISGlobal e principal autora do estudo, destacou que os resultados mostram "uma evidência consistente do risco de problemas de hiperatividade e falta de atenção pelo uso médio e alto do celular por parte das mulheres durante a gravidez".
De todos as crianças analisadas, 6,6% tiveram dificuldades gerais de conduta, 8,3% mostraram hiperatividade e falta de atenção, e 12% apresentaram problemas emocionais.
Em futuras pesquisas será necessário estudar também "de que maneira a exposição às radiofrequências dos celulares afeta o feto", disse Martine Vrijheid, pesquisadora de ISGlobal e coordenadora do estudo.
As pesquisadoras não descartaram, porém, que as mães com problemas de hiperatividade foram mais propensas a fazer mais ligações telefônicas ou que a hiperatividade fosse herdada por genética.
O estudo, que faz parte de um projeto europeu, analisou o comportamento de grávidas e de seus filhos em idades compreendidas entre 5 e 7 anos.
CN/efe/ots