Integração
26 de janeiro de 2009Estudo divulgado pelo Instituto Berlim de População e Desenvolvimento (Berlin-Institut), nesta segunda-feira (26/01), apontou que migrantes de origem turca são, de longe, os que têm maior necessidade de integração na Alemanha. Os descendentes de alemães do Leste europeu são, por outro lado, os que apresentaram melhor índice de integração.
A pesquisa Potencial não aproveitado – Situação da integração na Alemanha comparou o sucesso de integração entre oito diferentes grupos de migrantes, inclusive daqueles com passaporte alemão. O instituto berlinense analisou dados disponíveis no Departamento Federal de Estatísticas relativos aos diferentes grupos de imigrados.
Os grupos analisados pelo estudo foram os descendentes de alemães do Leste europeu, migrantes de origem turca, europeus provenientes de países-membros da União Europeia (UE-25 sem o sul da Europa), imigrados de países do sul da Europa, migrantes da antiga Iugoslávia, do Oriente Médio e do Extremo Oriente, como também da África.
Os dados dos migrantes foram avaliados por um índice de medição da integração que considerou o nível educacional, as chances no mercado de trabalho. e a pergunta de que forma o migrante se aproxima da população local – como através de casamentos binacionais ou da adoção da cidadania alemã.
Turcos são grupo de menor integração
Na Alemanha, os descendentes de alemães do Leste Europeu e os de origem turca formam os maiores contingentes de imigrados. Vivem no país cerca de 4 milhões de migrantes de origem alemã provenientes do antigo bloco do Leste e por volta de 2,8 milhões de origem turca, dos quais quase a metade nasceu na Alemanha.
Com 1,9 milhão de pessoas, migrantes dos países-membros da UE formam o terceiro maior grupo. Os cerca de 500 mil migrantes de origem africana foram o menor grupo analisado.
O estudo mostrou que os Aussiedler, migrantes descendentes de alemães do Leste Europeu, apresentaram o melhor índice de integração. Os de ascendência turca, por outro lado, são os mais mal integrados. A pesquisa apontou a baixa formação profissional ou sua completa ausência como principal razão da falta de integração entre os migrantes de origem turca.
Enquanto somente 3% dos Aussiedler não têm diploma do ensino fundamental – equivalente, na Alemanha, à 10ª série – e 28% possuem o Abitur (certificado de conclusão do segundo grau que dá acesso à universidade), 30% dos migrantes de origem turca não dispõem de nenhum tipo de diploma escolar e somente 14% possuem Abitur.
Também na vida profissional, os migrantes de origem turca apresentaram o menor sucesso entre os grupos analisados: eles estão frequentemente desempregados, a porcentagem de donas de casa é alta e muitos dependem da ajuda social do Estado. Mesmo na segunda geração de migrantes, os valores do índice de integração pouco melhoram.
"Berlim não é o bastião da migração na Alemanha"
A pesquisa do Berlin-Institut também analisou a integração dos migrantes segundo o estado e a cidade em que vivem. Entre os estados alemães, Hessen e Hamburgo apresentaram a melhor integração de estrangeiros.
Entre as grandes cidades, Munique, Bonn, Frankfurt e Düsseldorf desenvolveram o melhor trabalho de integração de migrantes. Na Alemanha, cerca de um quinto de todas as pessoas de origem migratória vive em cidades com mais de 300 mil habitantes.
Berlim alcançou somente uma posição intermediária. A pesquisa desbancou a crença generalizada de que, na capital alemã, viveria a maior comunidade turca fora da Turquia. "Berlim não é o bastião da migração na Alemanha", afirmou o diretor do Berlin-Institut, Reiner Klingholz.
Segundo o estudo, essa posição seria ocupada por Frankfurt e Stuttgart. A Alemanha, com seus 15 milhões de migrantes, é o país de imigração número um na Europa.