"Eu não queria mais sair de casa", diz Hillary
17 de novembro de 2016A democrata Hillary Clinton deu mostras na noite desta quarta-feira (16/11) do quanto foi difícil aceitar o resultado da eleição presidencial nos EUA. Em sua primeira declaração pública desde que admitiu a derrota para o republicano Donald Trump, Hillary disse que nos últimos dias não queria mais nem sair de casa.
Pouco mais de uma semana após o fracasso nas urnas, Hillary apareceu em público em um evento de caridade do Fundo em Defesa das Crianças, em Washington. "Confesso que não foi fácil vir aqui hoje à noite", revelou a ex-secretária de Estado americana. "Nessa semana que passou, houve algumas vezes em que tudo o que eu queria era ficar encolhida com um bom livro ou nossos cachorros e nunca mais sair de casa."
Sem citar o rival republicano uma única vez, Hillary continuou: "Eu sei que muitos de vocês estão profundamente decepcionados com o resultado das eleições. Eu também estou, muito mais do que consigo expressar. Mas como eu disse na semana passada, nossa campanha nunca foi sobre uma pessoa ou sobre um pleito. Foi sobre o país que nós amamos e sobre construir uma América esperançosa, inclusiva e generosa."
A democrata prosseguiu dizendo que os Estados Unidos ainda são "o melhor país do mundo". "Ainda é o lugar onde tudo é possível. Só depende de cada um de nós continuar se esforçando para tornar a América melhor, mais forte e mais justa", prosseguiu.
Durante o discurso, Hillary também tentou tranquilizar aqueles que se mostraram surpresos com o resultado das urnas. "Sei que muitos de vocês estão se perguntando se os EUA ainda são o país que acreditávamos ser. As divisões expostas por essa eleição são profundas, mas, por favor, ouçam-me quando digo: a América vale a pena, nossas crianças valem a pena. Acreditem no nosso país, lutem por nossos direitos e nunca, mas nunca desistam."
Em ligações com doadores de campanha e membros do Partido Democrata, Hillary atribuiu sua derrota em grande parte à decisão do FBI de rever o uso de um servidor de e-mails privado por ela na época em que secretária de Estado. Ela não mencionou erros que possa ter cometido durante a campanha presidencial.
IP/dpa/ap