EUA anunciam "maior pacote de sanções" contra Pyongyang
23 de fevereiro de 2018O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (23/02) aquilo que classificou de "o maior pacote de sanções de todos os tempos já imposto à Coreia do Norte".
Segundo Trump, o novo pacote tem como alvo 27 empresas marítimas, 28 navios e um indivíduo. Segundo o governo americano, as companhias e os navios estão ajudando o regime comunista a burlar sanções já impostas e assim dar continuidade a seu programa de armamento nuclear.
As entidades sancionadas incluem empresas com sede na Coreia do Norte, bem como baseadas em outros países, incluindo a China.
"Hoje eu anuncio o lançamento do maior pacote de sanções de todos os tempos já elaborado contra o regime norte-coreano. O Departamento do Tesouro adotará em breve novas medidas para continuar a cortar as fontes de recursos e de combustível, que o regime usa para financiar o seu programa nuclear e para a manutenção das suas Forças Armadas", disse Trump, durante um discurso na Conferência de Ação Política Conservadora.
O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, afirmou que o pacote "irá dificultar significativamente a capacidade do regime de Kim Jong-un de realizar atividades marítimas evasivas que facilitem o transporte ilícito de combustível". E ainda acrescentou que "o presidente deixou claro que empresas, em todo o mundo, que optarem por ajudar a financiar as ambições nucleares da Coreia do Norte não farão negócios com os Estados Unidos".
No ano passado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas impôs à Coreia do Norte três rodadas de sanções para impedir que o regime norte-coreano continuasse a obter fundos para dar prosseguimento ao seu programa de armas nucleares e misseis.
Apesar da observação de Trump de que o pacote desta sexta-feira é "o maior de todos os tempos", as sanções negociadas na ONU eram mais amplas, atingindo, por exemplo, 90% do petróleo e combustíveis importados pelo regime. No entanto, houve relatos de que Pyongyang estava burlando as medidas e importando combustíveis ilegalmente.
O anúncio desta sexta-feira ocorre em meio aos Jogos Olímpicos de Inverno em Pyeongchang, na Coreia do Sul. O governo de Seul, aliado dos EUA, tem usado o evento como uma oportunidade para se aproximar do vizinho comunista.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, já havia dito há duas semanas, quando participou da abertura dos Jogos, que os EUA pretendiam anunciar sanções "mais duras e mais agressivas" à Coreia do Norte.
O anúncio de Trump também coincidiu com a visita de sua filha, Ivanka, assessora da Casa Branca, à Coreia do Sul. Ela chegou nesta sexta-feira e se encontrou com o presidente do país, Moon Jae-in. Segundo a imprensa americana, Ivanka defendeu durante o encontro que Washington e Seul apliquem o máximo de pressão sobre os norte-coreanos.
JPS/lusa/efe/ap
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