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EUA anunciam ponte aérea para importar fórmula infantil

19 de maio de 2022

Em operação contra escassez, militares deverão buscar alimento em pó para bebês no exterior. Problemas em cadeias de abastecimento, recall e fechamento de fábrica fizeram o produto sumir das prateleiras.

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Prateleira de fórmula para bebês vazia em supermercado dos EUA
Estados Unidos enfrentam crise da fórmula alimentar para bebêsFoto: John Nacion/STAR MAX/IPx/picture alliance

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira (18/05) medidas para combater a escassez de fórmulas alimentares para bebês que o país vem enfrentando nas últimas semanas. Entre elas, está a criação de uma ponte área para importar diretamente o produto de fábricas no exterior.

Biden invocou uma lei da Guerra Fria, a Lei de Produção de Defesa, que foi criada no início da guerra da Coreia, em 1950, e permite que o presidente dos EUA mobilize recursos do setor privado por meio do Pentágono para responder a determinadas situações.

Segundo a Casa Branca, os Estados Unidos, por meio de Departamento de Defesa, montarão uma ponte aérea com aviões comerciais fretados pelas Forças Armadas, que buscarão o produto em fábricas no exterior que atendem aos padrões da FDA, agência reguladora de alimentos dos EUA. O país já havia usado medida semelhante para trazer suprimentos médicos no início da pandemia de covid-19.

"A conexão aérea por rotas regulares agilizará a importação e distribuição de fórmula para bebês e servirá de apoio imediato enquanto os fabricantes locais continuam aumentando a produção", destacou a Casa Branca.

Além disso, com a legislação em vigor, empresas que fabricam ingredientes para fórmulas infantis são obrigadas a dar prioridade aos clientes que se dedicam à produção final do alimento.

Crise da fórmula infantil

Nas últimas semanas, fórmulas para bebês sumiram das prateleiras em diversos estados americanos. Os EUA enfrentam uma escassez do produto devido a problemas nas cadeias de abastecimento causados pela pandemia, que dificultam a distribuição de ingredientes, e a recalls em massa do alimento.

Em fevereiro, a Abbott, maior produtora de fórmula para bebês, teve que fechar sua fábrica em Michigan devido a problemas de contaminação. A Abbott também recolheu produtos de várias marcas depois que quatro bebês que consumiram fórmula foram internados com uma infeção bacteriana rara, e dois deles morreram.

Após uma inspeção de seis semanas, investigadores da FDA publicaram uma lista de problemas em março, com padrões sanitários e de segurança e um histórico de contaminação bacteriana em várias partes da fábrica. Nesta semana, a Abbott anunciou um acordo com a agência para reabrir em breve a unidade em Michigan.

A escassez de fórmula levou supermercados a limitarem a compra de unidades e forçou algumas famílias a trocar e vender o alimento na internet. Com a crise, o preço do produto disparou.

A fórmula para bebês é essencial para muitas famílias nos EUA, principalmente as de baixa renda nas quais as mães necessitam voltar ao trabalho quase imediatamente após o parto e não podem amamentar.

O desespero dos pais é evidente nas redes sociais, onde muitas postagens compartilhadas por milhares ensinam a fazer o produto em casa. Especialistas e a FDA, no entanto, desaconselham a fabricação artesanal do alimento, afirmando que pode acabar sendo prejudicial à saúde dos bebês.

Fórmulas infantis possuem dezenas de substâncias em quantidades muito específicas para tentar imitar o leite materno e suprir as necessidades de nutrientes do bebês. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que bebês recebam fórmula somente quando não for possível o aleitamento materno.

cn/lf (ap, efe, Lusa, afp)